Pandemia provocou despedimento de mais de 5 mil trabalhadores só de 30 empresas
Desde o início da pandemia e até ao actual momento que 5324 trabalhadores, afectos a cerca de 30 empresas, foram alvo de processos de despedimento. As contas são feitas pela União dos Sindicatos do Porto/CGTP-IN, que promove hoje uma acção de protesto na Invicta, avança o Dinheiro Vivo.
De acordo com Tiago Oliveira, da direcção desta estrutura sindical, a maioria destes despedimentos, alguns ainda em curso, referem-se a trabalhadores de grandes empresas, muitas alvo de apoio e intervenção do Estado.
O dirigente sindical enumera os processos que decorrem em empresas como a TAP, mas também na banca, como são exemplos as intenções de despedimento no Millennium BCP, no Santander Totta ou no Montepio; no sector energético, caso da Petrogal, e nas telecomunicações, recordando que a Altice tem a decorrer um despedimento coletivo de 250 colaboradores.
A somar a estes, o dirigente sindical lembra que desde meados de Março de 2020, quando foi decretada no país a pandemia do novo coronavírus, centenas de trabalhadores foram alvo de despedimento colectivo, como sucedeu na Eurest (mais de 200 pessoas abrangidas) e na Preh Portugal (quase 350 trabalhadores).
Sob a forma de despedimento, rescisão de contrato por mútuo acordo, reforma antecipada ou não renovação do vínculo laboral, o aumento do número de desempregados no país deriva de vários sectores de actividade, como da saúde (na Trofa Saúde saíram cerca de 100 funcionários), indústria automóvel (Hutchinson despediu mais de 90), restauração (grupo Madureira’s rescindiu com 30) e limpezas (na Keep Shinning saíram mais de 100).
Para Tiago Oliveira, «os grandes grupos económicos e financeiros deveriam ser chamados à responsabilidade», uma vez que foram os primeiros a avançar com despedimentos quando, em sentido oposto, se registou que têm sido as pequenas empresas, «que têm mais dificuldades, que estão a segurar os trabalhadores».