Cuidar não é uma obrigação, é um valor. Pratica-o? Responda a estas questões
Por Joana Russinho, People Enthusiast, head of Human Resources e autora de “Eu e os Meus rh”
As horas passadas no trabalho são consideráveis. Podemos manter uma postura profissional perante uma “crise” pessoal, mas somos humanos. E ainda bem. A responsabilidade de cuidar das nossas pessoas não consta do descritivo funcional apenas de funções de chefia, é, antes, um valor que, de acordo com o meu ponto de vista deve ser vivido por todos, como uma tenção de valor acrescentado para todos.
Convite à reflexão:
- Onde termina o “não quero ser intrusivo” e começa a “alienação humana nas organizações”?
- Sabemos os nomes dos nossos colegas?
- Conhecemos pelo menos um dos seus interesses que não envolva trabalho?
- Conseguimos almoçar com alguns deles sem uma agenda de action points?
- Estamos atentos aos sinais que nos são transmitidos pelas pessoas?
- Até quando o “assumir” é mais relevante do que o “questionar”?
- Estamos preparados para uma resposta menos ortodoxa como “nem por isso”, à pergunta sobre se o fim de semana foi bem passado”?
- Somos genuinos quando nos focamos no bem-estar de quem connosco trabalha?
- Praticamos a empatia colocando-nos nos sapatos do outro?
- Escutamos, ou ouvimos de acordo com o tempo disponível?
- Temos receio que ao ser humanos percamos a legitimidade de uma liderança ganha?
- …
Um dos mais marcantes líderes (com L) que conheci, iniciava o dia com um passeio pela organização. Distribuía os bons-dias a com quem se cruzava, da garagem ao ultimo piso. Por vezes chamava-me no final da “ronda” para me perguntar se eu sabia se a “Alice estaria bem”. Se eu não soubesse, a minha missão seria perceber o que se passava porque “tinha notado algo”.
Certo dia, para grande embaraço da minha parte, admiti não saber por quem me perguntava. Como não sabe? A senhora que está atrás da fotocopiadora do piso 2, respondeu.
Lição aprendida. Não podemos mudar o mundo mas temos a obrigação de estar atentos, todos.