(Des) Igualdade financeira entre homens e mulheres também tem uma justificação que não tem (só) a ver com as empresas

Segundo o mais recente estudo da Intrum, as mulheres têm menos probabilidades de pedir um aumento salarial acima do normal. Em Portugal, apenas 23% das mulheres estão a planear fazê-lo no próximo ano (26% média UE), em comparação com 31% dos homens, (35% média UE).

 

De acordo com o estudo, as mulheres revelam ter um bem-estar financeiro inferior ao dos homens em toda a Europa.  Em Portugal, quando questionados sobre o seu bem-estar financeiro, 24% das mulheres afirma estar significativamente pior, em comparação com 19% dos homens.

Os resultados mostram também que as mulheres inquiridas estão menos satisfeitas com o seu nível de educação financeira e que teriam menos probabilidades de responder corretamente a perguntas sobre como a inflação afecta as finanças diárias dos consumidores.

Em Portugal, quando questionadas sobre o seu nível de educação financeira, 22% das mulheres afirmam ter tido educação financeira suficiente para compreender o básico, mas que tem sido insuficiente para ajudar a compreender os desafios dos últimos anos, tais como o impacto da inflação. Percentagem esta, mais elevada do que a dos homens (17%).

O estudo aponta para um crescimento significativo, ano após ano, das desigualdades entre homens e mulheres, revelando que o aumento das contas tem um impacto cada vez mais negativo no bem-estar. No entanto, esta tendência é visivelmente mais acentuada entre as mulheres portuguesas, com 74% a concordar com a afirmação, em comparação com 66% dos homens.

Na sequência do aumento do custo de vida, muitos consumidores afirmam que vão mudar a forma como gastam o seu dinheiro. O estudo da Intrum mostra que, em Portugal, 77% das mulheres, em comparação com 73% dos homens, afirmam que já fizeram ou planeiam fazer alterações, para gerir o impacto da inflação e do aumento das taxas de juro. Ambos os valores substancialmente acima da média europeia 67% e 60%, respectivamente.

Olhando para a igualdade financeira de longo prazo, 82% das inquiridas portuguesas preocupam-se com o facto de não poderem ter uma reforma confortável, 16 pontos percentuais acima da média europeia (66%).

O estudo revela também que os homens estão mais confiantes sobre a sua literacia financeira do que as mulheres. Embora ambos os géneros digam igualmente que têm o conhecimento para gerir os princípios básicos das finanças pessoais (excluindo investimentos na bolsa e planeamento de pensões), 28% dos homens em comparação com 18% das mulheres portuguesas acreditam que podem gerir questões financeiras complexas.

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