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Devem as empresas ajudar os cidadãos e o Estado a assegurar as reformas?
O futuro da segurança social e do sistema de pensões, as responsabilidades dos colaboradores, empresas e Estado foram os temas discutidos no 2.º Fórum Human Resources, que decorreu hoje, no Hotel Dom Pedro, em Lisboa.
Os sistemas de pensões, a sua adequação e sustentabilidade no futuro são um dos desafios mais prementes da actualidade. Marta Frazão, Retirement Business Leader da Mercer Portugal, arrancou o fórum com a apresentação “Planos de Pensões, Fazer Hoje o Amanhã”, uma perspectiva sobre a necessidade de assegurar em tempo activo um fundo de poupança para o futuro, marcado pela pressão demográfica e incerteza dos mercados financeiros.
Na Mesa Redonda, debateu-se a pertinência das empresas implementarem um plano de pensões de apoio aos colaboradores, com os oradores Charles Arkwright, director de Recursos Humanos da L’Oréal, Paulo Machado, director de Recursos Humanos da Secil, e Emmanuel Lesueur, director-geral da T-VIDA – Companhia de Seguros, e a moderação de Diogo Alarcão, Country Manager da Mercer Portugal.
«Nas empresas de cariz mais europeu, em que vivemos uma espécie de paternalismo do Estado, isto é um tema», afirmou Paulo Machado, considerando, porém, que as organizações nacionais têm feito muito pouco a este respeito até agora. Mas também os cidadãos não estão a agir da forma mais cautelosa em relação aos planos de reforma. «A maior parte das pessoas pensa que as responsabilidades sociais são do Estado», alertou o director de RH, chamando a atenção para a necessidade de educar os colaboradores para os planos de pensões e poupanças.
No mesmo sentido, Emmanuel Lesueur acredita que «há um grande trabalho de comunicação que pode rentabilizar muito investimento financeiro» nas empresas e que depende dos departamentos de RH. Mas não só a esta área cabe a preocupação. É importante que exista nas entidades «não uma perspectiva de custo, mas de investimento» em relação às pensões, passando esta responsabilidade a ser também dos departamentos financeiros.
Para Charles Arkwright, «é pouco comum os jovens preocuparem com os planos de reforma» e isso pode constituir um grande problema no futuro. «As gerações mais novas não querem comprar, querem viver experiências», defendendo que o papel das organizações para a mudança de mentalidade e forma de agir «tem a ver não só com a responsabilidade social mas também com a responsabilidade patriarcal e boa gestão» das entidades.
O Fórum HR, A Segurança Social e as Empresas, contou com a parceria da Mercer e Tranquilidade. Veja o vídeo do evento abaixo.