Encontrou o emprego perfeito mas não tem coragem para se candidatar? Provavelmente os seus receios não têm fundamento (explicamos porquê)

Provavelmente já lhe aconteceu deparar-se com uma vaga de emprego que despertou o seu interesse e, após analisar os requisitos, até achou que era a vaga ideal para si. Guardou o anúncio, actualizou o cv e escreveu uma carta de apresentação… mas depois não se candidatou. Porquê?

A perspectiva de mudar de emprego é assustadora, especialmente se essa mudança nem está no seu radar, refere a Hays. Acha que é feliz no seu trabalho e não está mentalmente preparado para uma mudança na carreira. Como tal, o medo do desconhecido, autoconfiança limitada e cenários de “e se” começam a invadir-lhe a mente e impedem-no de dar o próximo passo com confiança.

A Hays analisou os seis medos mais comuns e apresenta soluções para contrariá-los e candidatar-se “àquela” vaga.

Medo #1: As competências e experiência não coincidem a 100%

Sente que não é “suficientemente bom” para o trabalho? Se for porque não encaixa a 100% nos requisitos, pense se gostaria de mudar para uma função em que consegue fazer tudo de olhos fechados ou se não prefere um papel que o desafie e lhe permita desenvolver outras competências.

Algumas competências são realmente essenciais para o cargo, mas os recrutadores são frequentemente flexíveis quando um candidato não cumpre um critério “desejado”, mas não “obrigatório”. Além disso, se realçar no seu cv que tem as soft skills que lhe permitem aprender rapidamente, tais como curiosidade e diligência, pode ajudar na sua candidatura. Não se esqueça de dar exemplos factuais destas soft skills em experiências anteriores.

Medo #2: É um outsider no sector

O sector é novo para si e a descrição da função contém linguagem específica que o fez sentir-se completamente “às escuras”? Lembre-se que não nascemos ensinado e todos temos de começar por algum lado. Uma mudança de área terá inúmeras vantagens para o seu leque de expertise profissional e adaptabilidade.

Os empregadores veem com bons olhos uma perspectiva nova vinda de um “outsider”, desde que este se adapte ao sector e aumente os seus conhecimentos, por isso destaque no seu cv que pretende aprender mais sobre determinado sector e por que razões.

Medo #3: Os outros candidatos são melhores

Achar que não está à altura da concorrência é um medo comum, especialmente quando as candidaturas são via plataformas, como o LinkedIn, nas quais é possível ver quantas pessoas se candidataram à mesma vaga. Por alguma razão, assume que os outros candidatos são mais bem qualificados e não tem hipóteses. Se assumimos o pior, por que não assumir o melhor? Muitas vezes quantidade não é qualidade e o seu cv pode destacar-se dos demais.

Ser mais confiante quando se candidata a uma vaga começa por construir e projectar uma percepção mais positiva de si próprio. Se hesitar candidatar-se, converse consigo (pode ser ao espelho) e recorde-se de tudo o que alcançou na sua carreira. Escreva tudo o que tem para oferecer e que o torna ideal para a função. Analise as palavras-chave usadas na descrição do perfil procurado e inclua-as sempre que possível no seu cv – a optimização de palavras-chave pode destacar o seu perfil.

Medo #4: Tem medo da mudança

Como a oportunidade surgiu do nada, a ideia súbita de sair da sua zona de conforto pode ser stressante e algo assustadora. Provavelmente começa a lembrar-se do que implica mudar de emprego, um novo local de trabalho, novos colegas, novos procedimentos e agarrar-se ao conhecido parece-lhe muito mais seguro e sensato.

Em primeiro lugar, mais seguro nem sempre é bom e, se quer avançar na sua carreira, terá de arriscar a sério de vez em quando. Segundo, não sofra por antecipação. Está apenas a candidatar-se a uma vaga de emprego, nada mais. Preocupe-se com uma coisa de cada vez e vá com calma, mas seja corajoso cada vez que avançar mais um passo no processo de recrutamento.

Medo #5: Não é o momento certo

Nunca é.

O timing é mau ou, seja honesto, é apenas uma desculpa? Se acha que o momento não é o ideal porque está prestes a ser promovido, aumentado ou ter uma oportunidade de formação, não se esqueça que todos estes factores podem ser negociados com o seu potencial futuro empregador nas fases mais avançadas do processo de entrevistas.

Ou será que pensa que a sua empresa precisa de si agora e abandonar o barco seria desleal e impediria de sair pela porta grande? Talvez esteja a meio de um projecto importante que o seu gestor precisa que termine ou talvez a sua equipa esteja “debaixo” de água com trabalho. De qualquer forma, é natural sentir alguma culpa por sair em determinado momento.

Mas pense no seguinte: como reagiria o seu chefe se lhe aparecesse a oportunidade de emprego perfeito? Se ele/a estiver focado nos seus objectivos de carreira – como todos devíamos estar – nem pensaria duas vezes, certo? Lembre-se também que o período obrigatório de aviso existe por uma razão, para que seja encontrado um sucessor e possa passar a pasta. Não tem de se sentir culpado de nada. Quando se trata da sua progressão de carreira, deve colocar as suas necessidades primeiro, mesmo que lhe soe egoísta.

Medo #6: É demasiado bom para ser verdade

Já o ditado diz que “quando a esmola é muita, o pobre desconfia”. E se este dito popular pode de alguma forma ser útil na compra de um carro ou na inscrição no ginásio, esta mentalidade não deve ser aplicada quando se trata da candidatura a um novo emprego. A única coisa que gasta quando está a preencher um formulário ou enviar um email é tempo que provavelmente usaria para ver TV, por isso não perde nada em candidatar-se.

O facto de esta vaga ter despertado a sua atenção e continue a pairar na sua mente, apesar de não estar à procura, prova que é uma oportunidade. A única coisa que o impede de agarrá-la é o medo. Por compreensível que assim seja, entenda que não vai, nem poderá, avançar na sua carreira se não tomar decisões arriscadas e mudar. Por isso, enfrente os seus medos e envie a candidatura!