O espírito necessário para a reinvenção do trabalho

A CH Consulting e a Multidados promoveram aquele que, garantem, é o maior estudo sobre millennials jamais feito em Portugal. Algumas conclusões são surpreendentes, nomeadamente em relação à literacia tecnológica, e desfazem alguns mitos.

Por Ana Leonor Martins

 

Tendo constatado que, «em Portugal, estava por realizar um estudo de base ampla, cientificamente válido e com uma matriz estatística de amostra que fornecesse elementos concretos e objectivos para interpretar e caracterizar a Geração Millenium – distribuição geográfica, etária e sócio económica -, a CH e a Multidados realizaram um estudo com um grau de profundidade até hoje nunca verificado – 5 mil entrevistas com mais de 400 mil opiniões sobre 78 questões específicas – que compara as similitudes e as diferenças entre os millennials portugueses e os de quatro outros países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico], com os quais Portugal habitualmente se gosta de comparar: Espanha – o grande vizinho do lado -, França – a nossa referência cultural e política dos últimos dois séculos -, Inglaterra – o nosso mais velho aliado -, e os Estados Unidos, o benchmark do mundo ocidental». A contextualização é feita por Carlos Lacerda, coordenador do estudo “All About Geração Millennium” e director de Negócios Internacionais do Grupo CH, destacando que é um trabalho inédito.

O responsável acredita que os dados recolhidos neste estudo «são de primordial importância para os empresários e para os gestores que estão preocupados com o futuro e com a estratégia, performance e sustentabilidade das suas empresas. Mas são também de primordial importância para os políticos e outros decisores institucionais, que tomam decisões sobre a sociedade, o bem público ou os pilares sociais – a igreja, o legislador, a comunicação social, os head hunters, a banca, os marketeers, os planificadores. Tem muitos campos de respostas e análises de comportamento que são transversais a toda a sociedade», realça.

Ressalvando que o estudo é bastante extenso, e que a comparação entre os cinco países em análise se faz de forma segmentada em cada uma das 78 perguntas, como impressão geral, Carlos Lacerda reforça três ideias: «uma delas é a de que existe alguma diversidade, sem fracturas, dentro de um padrão de comportamento globalizado. A outra, é a de que há muitas ideias e afirmações comummente feitas sobre os millennials que são apenas mitos. E a terceira é a de que, apesar de tudo, a individualidade e a componente humana, numa geração que se julgava individualista e tecnológica, prevalece sobre o acessório e, simultaneamente, lhe é transversal: os millennials são positivos, inteligentes, têm da vida uma visão interessante, são mais livres, menos apegados a convenções, são mais educados – no sentido literal da educação formal – e muito mais positivos e optimistas do que as gerações predecessoras.»

 

Campo de análise: Trabalho

Em termos de trabalho, registam-se alguns dados interessantes. O estudo revela que os estágios não remunerados ainda são uma prática, não só em Portugal mas em todos os países analisados, com percentagens entre os 40 e 50% (excepção feita à França), apesar de esta ser a geração mais qualificada de sempre.

Conheça os principais resultados deste estudo na edição de Dezembro da Human Resources Portugal.

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