Esta empresa de IA quer resolver a crise de escassez de professores

A empresa 21st Century Digital Teaching (21C) desenvolveu avatares de professores para criar conteúdos matemáticos de nova geração, numa tentativa de ajudar as escolas e aumentar a ligação com os alunos, avança a Euronews.

A 21st Century Digital Teaching (21C), empresa de Inteligência Artificial (IA), está a desenvolver soluções para resolver a escassez crónica de professores no Reino Unido e em toda a Europa, revolucionando a forma como os alunos aprendem matemática e outras disciplinas importantes.

A 21C criou uma app de ensino digital e uma plataforma de aprendizagem para escolas que reduz bastante o número de professores necessários, digitalizando-os e convertendo-os em avatares na app, permitindo que as aulas prossigam quando houver falta de professores.

Os fundadores disseram que também oferece uma nova maneira de fazer os trabalhos de casa, pois é mais interactiva e permite que os professores acompanhem mais facilmente o progresso dos alunos através de ferramentas analíticas inteligentes.

De acordo com o relatório Tes Schools Wellbeing de 2024, 74% dos profissionais escolares entrevistados revelaram que estavam a pensar abandonar totalmente o ensino durante o último ano.

A pesquisa também descobriu que 61% dos professores do Reino Unido não sentem que a sua carga de trabalho seja gerível. E 47% do pessoal escolar destacou que não dispõe das instalações e recursos necessários para realizar o seu trabalho.

Alan Judd, presidente e director executivo da empresa, disse em entrevista à Euronews: «Há uma escassez de professores, porque a população escolar está a expandir-se muito rapidamente e os professores de matemática experientes estão a diminuir porque muitos estão a reformar-se. O ensino individualizado está realmente atrasado em relação ao século 21.»

Usar a tecnologia para melhorar o engagement

A plataforma de IA da 21C converte lições de professores de matemática reais em formatos curtos e rápidos, de quatro a cinco minutos cada, que, segundo os fundadores, podem ser retidos de forma mais eficiente por alunos com períodos curtos de atenção.

«A capacidade de atenção dos adolescentes está realmente a diminuir, por isso, queremos que as aulas sejam o mais curtas possível. Em vez de durarem 20, 40 minutos, concentrámo-las em formatos de quatro a cinco minutos, para serem mais apelativas para os adolescentes», explicou Martin Hoszowski, director de operações e confessou que foi um grande desafio.

A plataforma também garante que o progresso individual dos alunos é monitorizado e fornece feedback personalizado a cada aluno.

Como tal, pode ser facilmente integrada nos planos de aprendizagem dos professores existentes, ajudando-os a criar aulas mais eficientes, bem como reduzindo o tempo de avaliação e feedback. Os professores também podem obter melhores insights sobre o desempenho dos alunos, o que pode ajudá-los a decidir a melhor forma de ajudar cada aluno na sua jornada.

Hoszowski explicou ainda que a 21C é especializada em replicar aulas particulares, o que pode ajudar os alunos com dificuldades, fornecendo uma solução mais económica e envolvente do que aulas particulares presenciais.

A 21C também teve de desenvolver os seus próprios chatbots e tradutores, para traduzir melhor o conteúdo leccionado pelos professores. Os avatares de ensino também tiveram de ser desenvolvidos da forma mais envolvente e autêntica, como atingir o tom e a linguagem certos, para ajudar a conectar-se melhor com os alunos.

A tecnologia da plataforma já foi desenvolvida e está actualmente a ser testada nas principais escolas do Reino Unido e a empresa planeia implementá-la também nos mercados europeus, como Espanha, Alemanha e Bélgica.

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