Ética: a Coluna Vertebral do Comportamento Humano

Por António Saraiva, Business Development Manager na ISQ Academy

Ética! O termo Ética tem a sua origem no grego ethos (caráter). Na maioria dos dicionários podemos retirar uma definição abrangente, “o conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade”. Quando a transportamos para uma área específica, a Ética nunca perde a sua raiz de forte ligação à conduta e aos Valores. Normalmente, a Ética constrói-se com base em valores históricos e culturais, mas vai para além disso quando a utilizamos de acordo com a tal especificidade.

Em nenhum ponto é uma moda. É acima de tudo o que se chama na gíria “ter coluna vertebral” do ponto de vista comportamental. Curiosamente, todos os dias nos confrontamos com a anti-Ética, em particular por notícias veiculadas pelos órgãos de Comunicação Social. Mas mais curioso ainda é a assunção de que comportamentos que beliscam ou deturpam a Ética, são tidos como normais e outros são utilizados como ferramentas de manipulação.

O mais interessante nesta análise é percebermos que, em função de atingimento de certos objetivos, é normal relevarem-se comportamentos éticos: manipular informação, apostar nas designadas fake news, é tido muitas vezes como tão simplesmente uma atividade criativa em que o que se pretende é tão só obter sucesso. Que interessa qual foi o ónus de terceiros, se no fim da linha alguém obteve o resultado desejado.

Em quase todas as áreas ser Ético, nem sempre é sinónimo de eficácia. Confrontarmo-nos com falta de lealdade nos negócios, é por vezes o menor dos males – “em tempo de guerra não se limpam armas”, expressão comum. Mas as coisas sobem de tom quando se atinge diretamente terceiros, mas aí também existe uma outra expressão: “quem não tem cão, caça com gato”. E aqui o carater manipulador e dissimulado da anti-Ética – duas expressões que são utilizadas para explicar tenacidade e improviso e que se transformam em desculpas para a falta de Ética.

Nas organizações, como na Vida, os Valores são os pilares do desenvolvimento das Pessoas. Quando são atingidos no seu âmago, perdemos o sentido de uma corporização de uma identidade de Sociedade e dos princípios éticos que aglutinam a mesma. Evoluir e atingir objetivos a qualquer preço normalmente tem resultados demasiado negativos. Violar a imagem de uma Organização ou de uma pessoa, muitas vezes denegrindo-a, transformar objetivos de uma equipa, em interesse pessoal, aproveitar informação privilegiada ou cavalgar o potencial, know-how, experiência e, até, a boa vontade, transparência e confiança de terceiros, são sinais inequívocos do não compromisso com o carater que está na etimologia da Ética.

Evidente que a Ética está associada a fenómenos de ordem cultural. O que é Ético numa dada Sociedade, pode não ser Ético em outra. Mas por isso mesmo, a Ética não é uma Lei, nem se confunde com os conceitos de Bem e Mal. A Ética gere-se por códigos específicos, muitas vezes de profissão para profissão, de Organização para Organização, de Pessoa para Pessoa. Mas tem uma raiz: o tal conjunto de valores morais da conduta humana da vivência em Sociedade! Dá trabalho, mas a Ética tem a ver com a minha relação com o outro e no respeito maior pelo Ser Humano!

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