Fazer carreira num mundo (ainda) mais de homens: Wireless engineer da Huawei Portugal conta como é

Este mês assinalou-se o Dia Internacional das Mulheres e Raparigas nas TIC. Sofia Patrício ainda é uma excepção, mas é uma realidade que começa a mudar. A Wireless Engineer da Huawei Portugal conta-nos o que motivou a sua escolha e como tem sido o seu percurso.

 

O mercado actual está a ter uma grande procura de profissionais nas áreas de STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), mas algo continua a afastar as mulheres das carreiras tecnológicas. Por isso mesmo, é necessário fomentar esta apetência desde o início e sensibilizar não só as jovens, mas também pais e professores, para as oportunidades de carreira e realização profissional na área. Não quero ser uma excepção, quero isso sim partilhar um percurso laboral inclusivo e diverso.

Apesar de sempre ter tido vários interesses, desde artes a ciências, crescer numa família de engenheiros promoveu a curiosidade pela área. Ter a capacidade de compreender o funcionamento do que nos rodeia, resolver problemas que à partida parecem impossíveis e ajudar o mundo a evoluir para algo melhor fez-me apaixonar por engenharia. E foi esse percurso académico que decidi seguir: formei-me em Engenharia Electrotécnica e de Computadores no Instituto Superior Técnico, com Telecomunicações como área principal e Computadores como secundária.

Realizar um estágio numa empresa foi importante não só para ter uma primeira percepção do meu futuro profissional, mas também para me ajudar a decidir a área de especialização.

É cada vez maior a ligação entre as empresas e as universidades, o que é bastante benéfico para todas as partes envolvidas, já que os estabelecimentos de ensino têm capacidade desenvolver estudos mais realistas, as empresas conseguem conhecer e investir em futuros colaboradores e os estudantes ganham a oportunidade de aplicar os conhecimentos em ambientes reais, com uma transição mais natural para o mercado de trabalho.

Os programas para jovens universitários, desenvolvidos por empresas, são cada vez mais apelativos e podem contribuir para um maior equilíbrio de oportunidades entre géneros neste sector. A minha participação no Seeds For the Future, uma iniciativa desenvolvida pela Huawei, permitiu-me conhecer um pouco melhor a realidade de uma empresa tecnológica, visitar a sua sede mundial e aprender com alguns dos melhores especialistas do mundo.

Posteriormente, tive também a oportunidade de desenvolver a minha tese de mestrado em parceria com esta empresa, o que me abriu caminho para desenvolver um estudo de análise à influência das antenas activas nas restrições de exposição a campos eletromagnéticos para implementação de estações base de redes de quinta geração. Este trabalho deu origem a um artigo científico que será apresentado em duas conferências internacionais, nas quais vou poder representar a instituição onde estudei e a empresa onde trabalho.

Estou ainda no início de carreira, mas pretendo aproveitar para aprender bastante com os profissionais excelentes que tenho ao meu lado. Concluo com um apelo a todas as mulheres, massificando a mensagem de que não há limites para se estudar engenharia e ser-se bem-sucedido, independentemente do género ou da idade. Cada pessoa tem a sua personalidade e as suas características. A diversidade é boa. As várias experiências e o crescimento pessoal de cada um, trazidos para o contexto profissional, permitem diversas perspetivas e abordagens, que beneficiam um trabalho final. Neste contexto, o apoio das empresas ao talento nacional é fundamental. Eu sou apenas um exemplo, espero que no futuro muitos outros possam partilhar de experiências idênticas.

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