Fim de Férias. Aproveitemos o capital de aprendizagem para concretizar, sempre com o foco nas pessoas
Por António Saraiva, Business Development Manager na ISQ Academy
Aproximamo-nos do final do designado período tradicional de férias. A determinação do início das aulas para meados de setembro é considerado sempre um marco para a última etapa do ano. Continuamos a observar os números da Covid-19, mas de uma forma mais light, ainda por cima com cerca de 70% da população totalmente vacinada (meta alcançada 2 semanas antes do previsto) e em que quase 4 em cada 5 portugueses já tem pelo menos uma dose da vacina. Foi anunciado em julho que a primeira tranche da bazuca europeia já chegou a Portugal. E agora? O que vamos esperar do resto do ano? E temos duas alternativas: sonhar ou concretizar!
Com a eliminação de grande parte das restrições derivadas da pandemia, com a dinâmica imposta pelos últimos cartuchos em vista de eleições autárquicas e dinheiro fresco, certamente teremos um último quadrimestre animado e prometedor para uma série de iniciativas com impacto na Economia nacional e, muito especialmente, para as Pessoas. Esperemos que assim seja!
A questão de fundo é que fazemos aprendizagens ao longo da vida, assim como a História é rica em demonstrar dissabores. Mas revertamos qualquer aprendizagem negativa e construamos uma outra História. Acreditemos que tudo pode dar certo. Mas sejamos realistas e não idealistas: a pandemia deixou (e continua a deixar) marcas.
Um lugar comum, e verídico, é que o dinheiro não resolve tudo. Sem dúvida nenhuma que é um apoio precioso. Mas além dos recursos financeiros serem finitos, não abrange tudo o que foi destruído, nem objetivamente chegará a todo o lado. A discussão centra-se onde deve chegar e de que forma. Será mesmo um recurso de investimento ou um risco de desperdício?
Mais importante que tudo, é a questão de oportunidade. Oportunidade para o País – para as suas Instituições, Empresas e Pessoas! Dizia o poeta que o “sonho comanda a vida”, mas não nos esqueçamos de concretizar!
Temos, por exemplo, uma desigualdade escolar elevada que impacta como fator de desigualdade social e económica. Há, pois, que continuar a apostar no reforço de qualificações e competências, contribuindo para uma sã empregabilidade. E não se trata tão só do combate ao abandono e insucesso escolar, mas recuperar défices de escolarização de adultos e apostar numa formação profissional de excelência. E talvez mais importante, alinhar as qualificações com a nova realidade, nomeadamente ao nível das competências digitais.
Em complementaridade, a transformação da Economia, a transição energética, a digitalização dos processos produtivos e as modificações dos modelos organizacionais são domínios essenciais de desenvolvimento. Mas não chega diagnosticar, identificar e até mesmo gerar novas infraestruturas. A crise sanitária demonstrou que possuímos capacidade para flexibilizar, organizar e adaptar, mesmo que, por vezes, pelo método da tentativa e erro. Ensinou-nos, também, que é fundamental planear e comunicar, com assertividade e verdade, sem deslumbre ou arrogância.
Aproveitemos este capital de aprendizagem e concretização para vencermos um quadrimestre exigente, em que acima de tudo o foco é recuperar e desenvolver o bem estar das Pessoas!