Flash Talk: «A hipervalorização do factor trabalho.»

Em exclusivo, Rui de Brito Henriques, CEO da RHmais, fala dos novos desafios que a empresa tem em mãos, dos 30 anos de existência no mercado, da criação de 100 novos postos de trabalho, entre muitos outros temas. 

 

Por TitiAna Amorim Barroso

 

O CEO da RHmais dá-nos a conhecer uma empresa com uma extraordinária capacidade de reinvenção, de evolução e de adaptação.

 

A RHmais encontra-se a celebrar 30 anos de existência: que balanço faz da vossa actuação?

Tem sido uma experiência verdadeiramente empolgante. Comemoramos 30 anos de actividade ininterrupta, mantendo uma situação económico-financeira equilibrada e uma imagem de “Marca” no mercado, de grande fiabilidade e confiabilidade. É um grande motivo de orgulho para toda esta equipa vibrante que diariamente dá o melhor de si para a satisfação dos nossos clientes que têm acreditado na nossa capacidade de superação das suas expectativas e de estabelecermos firmes caminhos conjuntos de suporte ao desenvolvimento dos seus negócios.

Comemoramos 30 anos, acreditando na extraordinária capacidade de reinvenção da empresa, do seu processo de transformação interna contínua, de evolução face às mudanças sociais, económicas e do mercado, de adaptação à revolução tecnológica que se tem vindo a atravessar.

 

Em que contexto aconteceu o nascimento da empresa?

Na sua fundação em 1987, a empresa designava-se por Compta RH, precisamente porque foi uma empresa criada no âmbito da Compta, empresa de Tecnologia e Comunicações, tendo sido o primeiro spinoff do que viria a ser no futuro o Grupo Compta.

A Compta RH surgiu para corresponder a necessidades de mercados emergentes, no domínio da formação, a sofrer na altura um enorme boom, provocado pelos Fundos Comunitários, e na área de Recrutamento & Selecção. Em 2003, fruto de um MBO levado a efeito pelo núcleo accionista actual, a empresa saiu desse grupo empresarial, autonomizou-se e constituiu um novo grupo – o Grupo RHmais.

 

Que diferenças assinala como mais importantes ao analisar o sector de Recursos Humanos (Gestão de Contact Centers, Outsourcing, Recrutamento e Selecção, Consultoria de Recursos Humanos e da Qualidade, Formação e E-Learning, Cliente Mistério e Handling) de então e o de agora?

No início da empresa, e para além das áreas de negócio já referidas, foram criadas outras e com grande relevância, como a Consultoria/Auditoria à Gestão de Fundos Comunitários, onde a empresa de destacou como única auditora ao Programa 2 do PEDIP I, Consultoria em Sistemas de Informação, Organização Industrial, Estudos de Mercado e Económicos, etc. Como se vê, áreas bastante diferenciadas das que acolhemos nos tempos de hoje e que já citou na sua pergunta.

No essencial, a grande diferença nas relações estabelecidas entre as empresas de Recursos Humanos e os seus clientes, no início e no final deste ciclo de 30 anos, consiste na mudança do conceito de (simples) “fornecedor” para “parceiro de negócio”. As designações dizem tudo, sem mais explicações.

 

O que destaca como os momentos mais marcantes?

O Grupo RHmais caracteriza-se por uma grande estabilidade e previsibilidade no que à sua gestão e liderança diz respeito, as quais se têm mantido inalteráveis desde a sua criação.

Nesta medida, e depois da criação da Multitempo – Empresa de Trabalho Temporário em 1995, e da Multitempo – Serviços em 2014, que visaram dotar o Grupo de um conjunto alargado de soluções de staffing a oferecer ao mercado, o momento mais marcante registou-se em 2015, com o início de um programa de investimentos que se tem vindo a desenvolver e que ficou marcado pela implementação de dois grandes Centros de Atendimento a norte: o Contact Center RHmais Lionesa, em Matosinhos/Leça do Balio e em Campanhã/Porto, nos quais trabalham, transitando de anteriores instalações e criando-se novos empregos, um total de 1100 colaboradores.

Pelo caminho ficaram algumas landmarks relevantes para o Grupo, como a Certificação do seu Sistema de Gestão da Qualidade, iniciada pela RHmais em 2002 (e do Ambiente em 2014) e depois pela Multitempo em 2003; a “Acreditação pelo (então) IQF”; e a criação de novas e importantes áreas de negócio, já referidas anteriormente.

No entanto, o “ano da viragem” foi emblematicamente o ano 2000, aquando do início da sua prestação de serviços de Gestão de Contact Centers à, então, Telecel. A partir desse momento, a dimensão da empresa multiplicou-se por 100.

 

Ao nível do volume de negócios, qual a evolução da empresa no decurso dos últimos anos?

O volume de negócios da RHmais registou, desde o seu início, uma evolução exponencial, tendo-se verificado nos últimos cinco anos uma taxa média de crescimento anual de 8%.

Se nos reportarmos à evolução de negócios consolidado do Grupo RHmais, o mesmo registou um crescimento 2016-15 de 16%, prevendo-se para o corrente ano, após o fecho de Abril, um volume de negócios próximo dos 63 milhões de euros.

 

O que prepara de novo para o ano?

Num futuro próximo ao Grupo RHmais, e à RHmais, SA em particular, apresentam-se novos desafios, cujas respostas se encontram já em preparação, nomeadamente:

  • Pesquisa de fontes de recrutamento alternativas e introdução de novas ferramentas de selecção, para acelerar e automatizar as várias fases do processo, no sentido de optimizar o esforço da empresa face à já actual escassez de recursos humanos, antevendo-se um futuro de grande concorrência entre os actuais players e uma eventual hipervalorização do factor trabalho;
  • Face à entrada em vigor, daqui a um ano, do Regulamento Geral de Protecção de Dados, que exigirá às empresas responsáveis um significativo esforço de adaptação e “autoprotecção”;
  • O inexorável papel do Digital, ainda que, apesar de acelerar o seu passo de entrada, presume investimentos ainda muito significativos, entre outros factores, e que o colocam, na nossa óptica, como um desafio de médio-longo prazo. No entanto, e face ao atrás já descrito, o Grupo tem, desde o início do ano e em entrada em “velocidade de cruzeiro”, uma nova plataforma de CRM e de Inbound Marketing dirigida a clientes, a qual se procurará estender, brevemente, a candidatos;
  • No corrente ano, estamos a investir em mais um centro de contacto/serviços de menor dimensão em Lisboa para alojar operações na área da saúde e da mobilidade. Este centro representa cerca de 300 mil euros de investimento que criarão mais de 100 novos empregos, a juntar aos 500 afectos a operações na capital em diversos sectores de actividade;
  • E, por último, temos num horizonte de médio prazo a implementação de um grande centro em Lisboa, que permita alojar operações já existentes e disseminadas por centros próprios e de clientes de menor dimensão e operações relevantes resultantes de nearshoring.

 

 

PERFIL

Rui de Brito Henriques, CEO da RHmais

Oriundo da Carris onde desempenhava funções de director-adjunto de Pessoal para a Gestão Técnica de RH, entrou na empresa há mais de 25 anos como director do Departamento de Formação, o qual evoluiu então para “Desenvolvimento de Recursos Humanos”, agregando várias valências requeridas pelo mercado, tais como as da consultoria em recursos humanos, carreiras profissionais, sistemas de avaliação de desempenho, etc.

Após o Managing Buy Out, assumiu as funções de Administrador-Delegado (CEO) da RHmais e de membro do Conselho de Administração da holding do Grupo, a RHmais – Investimentos e Consultoria, funções essas que mantém há 14 anos.

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