Flash talk: «Formações distintivas»

Uma casa de ensino e investigação reconhecida no panorama universitário nacional e internacional. A Faculdade de Ciências Humanas, da Universidade Católica Portuguesa, celebra agora o 25.º aniversário da sua refundação.

 

 

Além de ter formado milhares de licenciados, mestres e doutores, tem estabelecido relações fortes com a sociedade civil, instituições e empresas, o que potencia uma maior transferência de conhecimento.

A Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa tem tido capacidade de inovar e de criar novos cursos ímpares com um impacto significativo na sociedade.

Numa altura que acaba de celebrar o 25.º aniversário da sua refundação, Nelson Ribeiro, professor e director da Faculdade, fala do posicionamento nacional e global, das taxas de empregabilidade e do estreitar de relações com o mercado de trabalho.

 

Que impacto teve a FCH no desenvolvimento da formação nestas áreas no País?

Ao longo destes 25 anos a Faculdade de Ciências Humanas ofereceu sempre formações distintivas, a começar pelos cursos lançados em 1991: Comunicação Social e Cultural e Línguas Estrangeiras Aplicadas. Enquanto o curso de Comunicação Social e Cultural  foi pioneiro na oferta de línguas estrangeiras e estágios integrados no plano de estudos, o curso de Línguas Estrangeiras Aplicadas foi o primeiro, na área, com uma variante de relações empresariais. Por outro lado, em 1996 a FCH fundou também o primeiro curso universitário de Serviço Social que acabaria por servir de inspiração a muitos outros que haveriam de surgir no País.

Já no século XXI lançámos também novos cursos em áreas inexistentes em Portugal, como foi o caso do Mestrado em Ciências da Família, criado em 2007 e do Mestrado em Estudos Asiáticos que nasceu em 2012, numa parceria da FCH com a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Nesse mesmo ano lançámos também a licenciatura em Psicologia que tem uma grande ligação com a área das ciências da saúde, o que faz com que seja uma licenciatura também diferenciada no panorama universitário em Portugal. Por outro lado, em 2010 foi criado o Lisbon Consortium que agrega as formações de mestrado e doutoramento em estudos de cultura e que junta a academia com as principais instituições culturais da cidade de Lisboa. Paralelamente, em áreas como as Ciências da Educação e a Filosofia criámos igualmente cursos diferentes. Na Educação criámos um Mestrado em Educação de Infância que hoje em dia é uma referência na formação nesta área, enquanto que a licenciatura em Filosofia é hoje a única no país a funcionar em regime de blended-learning.

Esta capacidade de inovar e de criar novos cursos – de que citei apenas alguns exemplos – permite-nos dizer que a FCH teve um impacto muito significativo na sociedade portuguesa ao longo destes últimos 25 anos. Além de ter formado milhares de licenciados, mestres e doutores, estabeleceu relações muito fortes com a sociedade civil, a instituições e as empresas, o que potencia uma maior transferência de conhecimento. Hoje em dia muitos dos nossos antigos alunos ocupam lugares de grande relevo em áreas tão diversas como os media e o sector cultural, as telecomunicações e a banca, a energia e o terceiro sector, a política e a saúde.

 

Qual o posicionamento actual e objectivos? 

A Faculdade de Ciências Humanas posiciona-se como uma Escola de Humanidades e Ciências Sociais que desenvolve actividades de ensino e investigação que são distintivas no panorama universitário português. Por outro lado, somos, cada vez mais, uma faculdade global que recebe alunos de várias dezenas de países e que tem alguns dos seus cursos classificados entre os melhores do mundo. São os casos, por exemplo, do Mestrado em Estudos de Cultura, classificado como o 3.º melhor do mundo pela Eduniversal, e do Mestrado em Ciências da Comunicação considerado um dos 30 melhores da Europa. Por outro lado, investimentos muito na nossa relação com a sociedade civil e as empresas, o que tem permitido que os nossos cursos tenham elevadas taxas de empregabilidade. A internacionalização e o estreitar das relações com o mercado de trabalho continuaram a ser apostas da FCH nos próximos anos a par do desenvolvimento da investigação nas diferentes áreas das humanidades e das ciências sociais.

 

Quais as principais vantagens competitivas da FCH face a outras escolas da área em Portugal e no estrangeiro?

Além de sermos uma faculdade conhecida pelas altas taxas de empregabilidade dos seus alunos e pela qualidade dos nossos cursos, somos uma faculdade com rosto. Quer isto dizer que na FCH os alunos não são apenas mais um número mas são pessoas que queremos ajudar a crescer enquanto pessoas e enquanto futuros profissionais. Por outro lado, temos actualmente um corpo docente altamente qualificado que participa regularmente nos principais fóruns de discussão científica internacionais nas diferentes áreas das humanidades e das ciências sociais. Por outro lado, também fruto da reputação da FCH, cada vez atraímos um maior número de investigadores internacionais para leccionar nos nossos cursos e participar nas nossas actividades de investigação. Em termos de relação com o mercado de trabalho, temos hoje mais de uma centena de protocolos com empresas, em Portugal e no estrangeiro.

 

 E que acções assinalam o aniversário?

As comemorações tiveram início no dia 20 de Setembro com uma conferência proferida pelo professor doutor Mário Pinto, antigo director da FCH, antigo deputado e antigo Ministro da República para os Açores, que veio partilhar a sua reflexão sobre o passado e o futuro das Ciências Humanas. Nesta mesma data foi também lançado o livro Orações de Sapiência FCH 2001-2016 que reúne um conjunto de textos inéditos com lições proferidas pelos docentes da faculdade ao longo dos últimos 16 anos.

No dia 21 de Novembro tivemos um concerto de Música de Câmara na Sé Patriarcal de Lisboa, seguida de uma Missa de Acção de Graças, presidia pelo Senhor cardeal-Patriarca D. Manuel Clemente. Também nesse dia iremos juntar  antigos e actuais alunos, bem como antigos e atuais professores, num jantar de comemoração.

No dia 29 de Novembro, encerrámos as comemorações com uma conferência do professor doutor Arjun Appadurai, da New York University e consultor da UNESCO e do Banco Mundial, sobre “Failure, Design and the Globalization of Risk”. A conferência será aberta ao público e será uma oportunidade para ouvir um dos maiores pensadores contemporâneos sobre o fenómeno da globalização.

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