Grupos hoteleiros já estão a contratar pessoas sem experiência. E melhoraram as condições

As principais cadeias hoteleiras europeias estão a contratar trabalhadores sem experiência ou até mesmo currículo, para conseguirem responder à escassez de colaboradores, revela a Euronews.

 

De acordo com a publicação, milhares de trabalhadores deixaram o sector de hotelaria quando as viagens internacionais foram encerradas durante a pandemia COVID-19. Muitos optaram por não voltar, encontrando empregos mais bem pagos em outros sectores, e a hotelaria enfrenta agora uma preocupante escassez de mão-de-obra.

Neste contexto, o grupo hoteleiro Accor, está a fazer iniciativas de teste para recrutar pessoas que não trabalharam anteriormente no sector, disse o presidente-executivo Sebastien Bazin em entrevista à Reuters no Fórum Econômico do Catar no mês passado.

A Accor, que opera marcas como Mercure, ibis e Fairmont em mais de 110 países, precisa de 35 mil trabalhadores globalmente.

«Estamos a entrevistar pessoas sem currículo, sem experiência de trabalho anterior e são contratadas em 24 horas», disse Bazin.

No curto prazo, a Accor está a preencher funções em França com jovens e migrantes, ao mesmo tempo em que limita os serviços.

Os novos colaboradores recebem seis horas de formação e aprendem no trabalho, explica o responsável.

A escassez de pessoal é particularmente premente na Espanha e em Portugal, onde o turismo representava 13% e 15% da produção económica, respectivamente, antes da pandemia.

Os hoteleiros estão a oferecer salários mais altos, acomodações gratuitas e vantagens como bónus e seguro saúde.

Miguel Andrade, director-geral de Operações da PHC Hotels que faz a gestão do Hotel Mundial, Hotel Portugal e da guest house no Principe Real My Suite Lisboa, disse estar neste momento a tentar recrutar 59 trabalhadores. Sem colaboradores suficientes, teme que alguns hotéis reduzam o número de hóspedes e a variedade de comodidades que podem oferecer.

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