Há menos trabalho independente nos países com mais desemprego

Esta é uma das conclusões do estudo “flexibility@work2015”, apresentado pela Randstad, que analisa as tendências internacionais do trabalho independente durante a crise de 2008-2014.

Este estudo internacional, apresentado em parceria com o Professor David G. Blanchflower, da Faculdade de Dartmouth nos EUA, aponta para uma diminuição ou estabilização do trabalho por conta própria na maioria dos países entre 2008 e 2014. Apenas a Holanda, Reino Unido e França contrariam esta tendência, registando um claro crescimento de trabalho independente altamente qualificado.
As maiores quedas decorreram em países onde houve um grande aumento do desemprego, especialmente na Itália, Grécia, Portugal e Espanha.

De acordo com esta pesquisa, o número de trabalhadores independentes tem tendência a aumentar quando a taxa de desemprego é baixa. No entanto, quando o desemprego aumenta, algumas pessoas optam por uma situação de trabalho independente por questões de sobrevivência. Em 2011, 21 milhões de trabalhadores da União Europeia exerciam por conta própria – desses, 9 milhões eram mulheres, apenas cerca de 800 mil eram jovens com idades entre os 15 e os 24 anos e mais de 1,6 eram adultos com idades entre os 55 e os 64 anos.

No caso de Portugal, o estudo revela que, em 2013, 21,7% dos trabalhadores eram independentes. A agricultura foi o sector onde o trabalho por conta própria mais cresceu (10,2%). Enquanto a construção civil, que antes de 2008 era a área que mais criava auto-emprego, foi aquela que mais sofreu, com o desaparecimento de 59 mil postos de trabalho, entre 2008 e 2014.