Há quem acredite que a realidade de um mercado digital ainda é um mito. É o seu caso?

A digitalização do mercado e a transformação digital das empresas ainda têm um longo caminho para percorrer para se tornarem realidade e, no pós-pandemia, o futuro das relações entre empresas, fornecedores, startups e investidores passará por escolhas mais conscientes. Estas são algumas das conclusões do estudo «Aprendizagem em tempos de pandemia – uma pesquisa sobre mudanças de mindset», realizado pela consultora Beta-i.

Para 56,9% das startups, empresas e investidores ouvidos, a pandemia veio provar que a crença de que todo o mercado está digitalizado é, na verdade, um mito. De acordo com o estudo, com o regresso gradual à nova normalidade, 34,5% das startups e empresas admite que, mesmo recuperando o seu volume de vendas, terão de reinventar o seu core business e 27% afirma que o seu negócio ainda não é suficientemente digital.

«O cenário de pandemia não só veio despertar uma urgência em inovar e transformar as empresas como veio marcar o início da verdadeira Era Digital. Nos últimos anos, a digitalização tem sido um hot topic, mas será que o mercado sabia verdadeiramente que processos implicava? A COVID-19 veio assim provar que muitos de nós não estavam devidamente preparados para enfrentar um shutdown sem precedentes. Neste sentido, este inquérito mostra como a percepção de um mundo digital precisa de ser trabalhada, e sensibiliza para o tema da reinvenção tecnológica como inevitável neste novo normal», refere Pedro Rocha Vieira, cofundador e CEO da Beta-i

Em relação a previsões para o pós-pandemia, 50% das entidades acredita que as relações B2B entre empresas, fornecedores e investidores irão passar a considerar novos factores ambientais e sociais nos seus processos de compra e investimento, e 36,2% pondera que o consumidor irá tornar-se cada vez mais atento à forma como as empresas produzem e desenvolvem o seu negócio.

Quando questionados sobre o que farão de forma diferente a partir de agora em termos de gestão da inovação, 51,7% dos players do ecossistema afirma, em primeiro lugar, apostar na aceleração da transformação digital do seu core business, bem como investir em novos produtos e serviços (39,7%), digitalizar o seu backoffice (37,9%) e criar fundos de manutenção para momentos de emergência (24,1%).

No inquérito participaram 58 players do ecossistema, incluindo fundadores de startups, CEOs e directores de grandes empresas, investidores e think tanks, com escritórios em Portugal e outros 13 países, como Áustria, Bélgica, Brasil, República Checa, Dinamarca, Finlândia, França, Líbano, Espanha, Turquia, Estados Unidos, Itália. As questões foram realizadas entre Maio e Junho deste ano.

Ler Mais