Human Race: uma plataforma para olhar e analisar o mundo em mudança

Human Race é uma plataforma digital, da autoria de Agatha Arêas e Marta Leite Castro, desenvolvida em parceria com o portal SAPO, que tem como finalidade analisar a sociedade e a transformação pela qual está a passar. Falámos em exclusivo com as impulsionadoras deste projecto para saber um pouco mais sobre a iniciativa, que conta com o apoio da Human Resoures enquanto media partner.

Por Sandra M. Pinto

 

A súbita chegada do tão anunciado futuro coloca a sociedade perante a questão de saber como vai ser o novo normal. A plataforma Human Race surge na tentativa de encontrar a resposta para essa inquietação. Com a ajuda de dois convidados, Agatha Arêas, vice-presidente | Learning Experience do Rock in Rio, e Marta Leite Castro, fundadora e CEO do projecto N360, propõem-se desconstruir a lógica tradicional de como vivemos e trabalhamos.

 

Como nasceu a Human Race?
Marta Leite Castro: Já havia o desejo de trabalharmos juntas em algo que pudéssemos juntar as nossas experiências profissionais. Nesse sentido, e após muitas conversas do nosso dia-a-dia, e do nosso contacto com outras pessoas nos mais diversos contextos pessoais e profissionais surgiu, naturalmente, a plataforma Human Race para darmos espaço a conversas mais alargadas e aprofundadas sobre o nascimento de uma nova identidade social, que emerge do desenvolvimento de novos modelos mentais como resposta às inúmeras transformações que vivemos no mundo.

 

Qual a filosofia e de que forma se desenvolve o conceito Human Race?
Marta Leite Castro : Human Race é sobre a raça humana, é sobre a corrida humana, é sobre a garra humana. Temos, no momento que atravessamos, a opção de agarrar uma oportunidade única de olharmos para dentro.
Somos protagonistas do que estamos a viver, e nesse sentido somos chamados a participar no dia-a-dia como um todo, em comunidade. Se eu cuidar do outro, estou a cuidar de mim e dos meus. É um inequívoco despertar colectivo que toca as várias áreas da nossa vida de forma transversal, desde a pessoal à profissional. Todo este contexto vai ao encontro do que a plataforma Human Race pretende: uma desconstrução do modo como vivemos, trabalhamos, fazemos dinheiro, comunicamos, aprendemos e até convivemos. O Human Race é um projecto que está a ser desenvolvido por nós as duas em parceria com o SAPO, que terá um papel fundamental naquele que se tornou o grande canal de aproximação e comunicação entre as pessoas: o digital.

 

De que forma seleccionam os temas a abordar nas conversas?
Agatha Arêas: Tal como a ideia de criarmos a plataforma Human Race surgiu das inúmeras conversas que eu e Marta sempre nos indagámos sobre questões que permeiam a nossa sociedade e que vivemos enquanto mulheres, mães, executivas, empresárias, consumidoras, líderes, comunicadoras, etc, os temas da primeira temporada (e não só, pois já temos uns quantos “aguardando” para terem seu espaço) também fazem parte dos nossos interesses e inquietações, sobre os quais queremos estudar e aprender com a rica troca que temos o privilégio de vivenciar junto dos nossos convidados. Não obstante, temos uma equipa, a Elise Neiva e a Roberta Ristow que, em parceria com a Joana Alarcão, do SAPO, fazem, juntamente comigo e a Marta, a estruturação dos principais tópicos dentro das temáticas que elegemos, assim como nos auxiliam na identificação dos convidados que sejam referências nos assuntos seleccionados.

 

Num mundo com tanta incerteza, quais os objectivos da Human Race?
Marta Leite Castro: Com certeza que o que ambicionamos com esta plataforma é uma partilha enriquecedora de experiências, de pontos de vista com o propósito de despertar as pessoas no sentido daquilo que nos move a mim e a Agatha, de uma noção de colectivo, de bem comum num mundo que já vinha sofrendo alterações. A nossa única grande certeza é a constante mudança e o que ela exige de adaptação, flexibilidade e abertura por parte do ser humano.
Há uma nova identidade colectiva em construção, onde acreditamos que não fazer parte não é opção. Vivemos um novo normal, que nos retirou das mãos e da mente a habitual resistência do ser humano à mudança. Esta mudança não pediu licença, veio para ficar e com isso reforçou o propósito do Human Race que também vem para ficar e dar testemunhos, pistas e insights deste novo capítulo da história da humanidade.

 

Na vossa perspectiva quais são os novos desafios que a nova realidade traz à gestão de pessoas?
Agatha Arêas: Sem dúvida, o equilíbrio emocional para lidar – e ajudar as suas pessoas a também lidar – com a instabilidade, o desconhecido, o incerto, a efemeridade, a transitoriedade e a ambivalência que cada vez mais farão parte da nossa vivência num mundo que se transforma velozmente a cada dia. Adaptabilidade e sentido de cooperação. Empatia, escuta activa. Capacidade de analisar cenários complexos. Agilidade. E o dom de mobilizar pessoas – as da sua própria organização, parceiros, enfim, todos os stakeholders que façam parte do seu ecossistema – a fim de inspirá-los e orientá-los a identificar e a aproveitar as oportunidades que podem emergir dos novos modelos de trabalho, de consumo, de comunicação, de educação, de geração de valor.

 

Empresas e colaboradores procuram novos caminhos. Podem eles surgir através da Human Race?
Agatha Arêas – Podem. A plataforma Human Race está nesse momento no seu primeiro estágio: o de promover conversas que gerem reflexão e acção e que inspirem a formação de uma comunidade de pessoas interessadas em gerar o máximo de valor a partir do novo que se apresenta em todas, absolutamente todas, as esferas da nossa sociedade. Empresas são feitas de pessoas. E antes de nos dirigirmos ao cargo que o indivíduo tem, queremos falar com a pessoa que é. Mais do que nunca os valores pessoais farão diferença no colectivo. E na gestão de talentos nas empresas não será diferente. Pelo contrário: torna-se cada vez mais vital e estratégico que olhemos para nós próprios e uns para os outros como unidades mínimas de transformação. E que, quando em cooperação, elevam exponencialmente a sua potência de realização. Daqui em diante, a plataforma Human Race irá desdobrar-se num hub de conteúdos e numa rede que conecta pessoas que actuam ou pretendem actuar na liderança do movimento de transformação.

 

Nota: A Human Resources irá publicar testemunhos de todos os convidados, ligando o tema abordado à Gestão de pessoas.

 

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