Imagina qual a profissão de inteligência artificial mais contratada no último ano? Estudo internacional dá a resposta

Os engenheiros de software são a profissão de Inteligência Artificial (IA) mais contratada no último ano, com 39% das empresas a afirmarem tê-lo feito. Esta é uma das principais conclusões do estudo da McKinsey & Company “The state of AI in 2022 – and a half decade in review”.

Seguem-se os engenheiros de dados, com 35%, e os cientistas de dados, com 33%. Estes dados demonstram que muitas empresas passaram da percepção da IA como uma experiência para a incorporação no seu negócio.

A análise da McKinsey indica que, para resolver este problema, a estratégia mais popular entre todos os inquiridos é a de formar os seus colaboradores, com 47% das empresas a afirmarem que já o fazem. Outras estratégias como o recrutamento em boas universidades são também comuns, com 36% das empresas de desempenho médio a fazê-lo, ou em empresas tecnológicas líderes, com 23%.

O estudo mostra que, em 2017, apenas 20% das empresas inquiridas empregavam inteligência artificial (IA) em pelo menos uma área de negócio, enquanto, actualmente, esse número subiu para 50%.

De acordo com os resultados, além do número de empresas que utiliza IA também houve uma duplicação do número de aplicações utilizadas, de 1,9 em 2018 para 3,8 em 2022. A automatização robótica de processos (39%) e a visão computacional (34%) continuam a ser as mais utilizadas em cada ano, enquanto as redes generativas antagónicas e os transformadores são as menos utilizadas, com 11%.

Actualmente, estas aplicações são maioritariamente utilizadas para optimização de processos, ocupando o topo da lista durante os últimos quatro anos, com 24% dos inquiridos, e a criação de novos produtos de IA com 20%, enquanto a modelagem e análise de risco e o serviço de previsão e intervenção encontram-se no fim da lista, com 15% e 14%, respectivamente.

«Durante os últimos três anos, incluímos no grupo de empresas com alto desempenho em IA as organizações com maior impacto da adopção de IA nos resultados financeiros, ou seja, 20% ou mais do EBIT. O número de inquiridos pertencentes a este grupo tem-se mantido em cerca de 8%. O estudo indica que estas empresas têm um melhor desempenho porque a IA está a acelerar o crescimento dos lucros, e ao mesmo tempo apontam que os custos estão a ser reduzidos», afirma Benjamim Vieira, sócio senior da McKinsey.

Este desempenho em IA está directamente relacionado com a atracção de talento, uma vez que as empresas com melhor desempenho têm uma maior facilidade em encontrar talentos tecnológicos. Esta lacuna é particularmente perceptível para os cientistas de dados sobre a IA. Enquanto 60% das empresas com melhor desempenho acrescentaram este perfil à sua equipa, apenas 31% das empresas de desempenho médio o fizeram.

O mesmo problema é observado com os engenheiros de aprendizagem automática, tendo apenas 27% das empresas de desempenho médio incorporado um, comparando com 58% das empresas com melhor desempenho.

O estudo salienta também que, no campo da IA, a diversidade é um assunto ainda por resolver. A proporção de mulheres nas equipas das organizações inquiridas é de apenas 27%, enquanto a proporção de minorias raciais ou étnicas que desenvolvem soluções para a IA é de apenas 25%

Para colmatar esta lacuna, 46% dos inquiridos afirmam que a sua empresa oferece programas para aumentar a diversidade de género nas equipas de soluções de IA, enquanto 33% indicam que a sua empresa tem programas para aumentar a diversidade racial e étnica.

De acordo com os dados do inquérito, as organizações com mais de 25% de mulheres têm 3,2 vezes mais probabilidades do que outras de terem um elevado desempenho em matéria de IA. Enquanto as que têm pelo menos 25% de colaboradores de minorias raciais ou étnicas têm mais do dobro da probabilidade de ter um elevado desempenho em termos de IA.

O estudo recolheu dados de 492 inquiridos de vários cargos, áreas, regiões, indústrias e empresas de diferentes dimensões.

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