Impacto da pandemia nos planos de saúde das empresas deverá persisitir nos próximos anos

Apesar do rumo da pandemia COVID-19 continuar imprevisível, o seu impacto nos planos de saúde das empresas deverá persistir durante os próximos anos. A conclusão é do mais recente estudo da Mercer Marsh Benefits, que inquiriu 210 seguradoras de 59 países para identificar as principais tendências futuras dos cuidados de saúde assegurados pelas empresas.

 

A amostra de Portugal representa mais de 80% de quota do mercado de seguros de saúde.

O estudo, denominado “MMB Health Trends”, destaca quatro conclusões:  

1) A tendência dos gastos em saúde nos seguros está a aumentar
O estudo concluiu que, em 2021, a tendência dos gastos em saúde aumentou face à redução em 2020, causada pela pandemia. Espera-se que esta tendência continue, com a taxa global de 9,5% prevista para 2022. Em comparação com os dados globais, na Europa e em Portugal os valores estimados apresentam um aumento face a 2021 (8,9% e 7,5%) respetivamente, ainda que o grau de variação seja inferior.

Em todo o mundo, três quartos (75%) das seguradoras dizem que a actividade de despesas médicas no seguro de saúde está a crescer, com duas em cada cinco (41%) referindo que, actualmente, a utilização do seguro é superior aos níveis da pré-pandemia.

 

2) A COVID-19 está a afectar a experiência das despesas médicas nos seguros
Globalmente, a COVID-19 é a terceira maior causa de despesas médicas no seguro, tanto em valor monetário, como em frequência. Contudo, o seu impacto não tem sido alvo de monitorização, ao passo que as seguradoras têm tido dificuldade em atualizar os seus sistemas para conseguirem obter dados sobre uma condição de saúde que, até 2019, era desconhecida e cujas implicações começamos a compreender.

As seguradoras identificaram a COVID-19 e os riscos emocionais e mentais enquanto as maiores fontes de influência dos custos dos planos de saúde oferecidos pelas empresas, e dois em cada três espera cobrir cuidados de saúde relacionados com a COVID-19 em 2022. No entanto, um terço das seguradoras (34%) está a considerar impor limitações de condições pré-existentes relacionadas com os efeitos da COVID a longo-prazo, ou já fez alterações nesse sentido.

 

3) Prevenção e cuidados individuais são necessários para mitigar riscos de saúde
O risco das doenças metabólicas e cardiovasculares é o principal factor que influencia os custos de saúde da organização. O cancro e as doenças do sistema circulatório foram as principais razões para pedidos de indemnização de planos de saúde dirigidos às seguradoras. Para combater estas doenças crónicas, as empresas podem explorar como incorporar produtos direccionados aos cuidados individuais preventivos nos planos de benefícios. Quase uma em cada dez seguradoras (8%) cobre ou fornece kits de autotestes, como exames ao sangue para diabetes.

 

4) Equidade nos planos de saúde é cada vez mais prioritária
As seguradoras estão a fazer alterações para facilitar a criação de planos de saúde mais inclusivos. Por exemplo, 30% das seguradoras estão a rever as redes médicas para garantir a diversidade dos prestadores de saúde, por exemplo ao nível dos serviços, especialidades e acessibilidade. Isto terá impacto na experiência dos colaboradores, uma vez que as pessoas podem mais facilmente optar por consultar um médico com a mesma origem étnica ou do mesmo género.

Mais de um quarto (27%) das seguradoras alterou o acesso de elegibilidade para tornar a cobertura mais inclusiva para os colaboradores LGBTQ+, o que inclui, por exemplo, a inclusão dos parceiros do mesmo género nos planos de saúde. Quase um quarto (24%) das seguradoras está a considerar incorporar, ou já incorporaram, apoio social, tal como ajuda com o transporte, a alimentação e a habitação.

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