Inteligência artificial Versus competências humanas: o que será verdadeiramente diferenciador?

Entre os mais de uma dezena de especialistas – de diferentes sectores de actividade, e de empresas e instituições relevantes no panorama nacional – que compuseram o programa da 26.ª edição da Conferência Human Resources, a opinião foi unânime: são mais as oportunidades do que os riscos que a inteligência artificial traz, e as pessoas – as competências humanas – serão sempre o factor verdadeiramente diferenciador.

 

 

Por Ana Leonor Martins, Margarida Lopes e Tânia Reis | Fotos NC Produções

 

Human Skills: A resposta da Gestão de Pessoas à Inteligência Artificial (e não só)” foi o tema da XXVI Conferência Human Resources, que se realizou no passado dia 24 de Outubro, no Museu do Oriente, cujo auditório voltou a encher. Estiveram presentes perto de 400 convidados e o live streaming registou mais de 65 mil visualizações (via Sapo, site e LinkedIn da Human Resources Portugal).

O programa fez declinar o tema principal em diferentes focos, desde o que verdadeiramente diferencia as empresas, ao que pode ou (ou não) a inteligência artificial (IA) fazer por nós, se pode ser a resposta à baixa produtividade, se a sua cor é verde esperança ou vermelho perigo, e se é preciso pôr-lhe rédeas (legais). E pode a IA generativa ser o mais poderoso e surpreendente recrutamento de 2024? Neste contexto, de que competências mais precisamos?

Foram estes alguns dos desafios que a Human Resources propôs para reflexão na 26.ª edição da sua Conferência, e Ricardo Florêncio, CEO do Multipublicações Media Group, explicou porquê, na sua habitual intervenção de abertura, começando por destacar que «são inúmeros os desafios que se colocam hoje às empresas e aos seus responsáveis, neste grande ecossistema que é a Gestão de Pessoas. E não se pense que esses desafios se confinam aos cargos de topo; muito pelo contrário, atravessam toda a organização, abrangem e tocam todas as pessoas, e necessitam mesmo do envolvimento de todos, sem excepção, estendendo-se também aos stakeholders», fez notar.

Referiu questões da produtividade e eficiência, «num mundo cada vez mais competitivo e exigente – e onde a pressão vai estar decerto, no lado das pessoas, nos seus rendimentos, no seu bem-estar e na sua saúde, mas também no lado das empresas, nos seus resultados», lembrou que vivemos num contexto de escassez de pessoas e a importância cada vez maior da formação contínua, de adequar as competências das pessoas às exigências do mercado.

«Mas que competências, que tipo de pessoas, que perfis, procuram, hoje, as empresas? Privilegiam os conhecimentos técnicos ou a componente humana?», questionou Ricardo Florêncio, avançando uma resposta, com reticências: «Ambos. Mas… E como estão a lidar as chefias, as lideranças, com todos estes desafios, em que o ritmo da mudança é acelerado», continuou. «Estão mesmo preparadas? Estão a mudar?»

Concluiu: «São muitos desafios do nosso dia-a-dia, pois o futuro já chegou. Assim, que papel podem, e devem, a IA e todos os avanços tecnológicos desempenhar? Certamente não será a resposta para tudo, mas será de certeza um parceiro muito importante. Mas até onde pode, e deve, ir a intervenção da IA? O que vai alavancar? O que vai complementar? O que não pode, de modo nenhum, substituir? E, assim, qual o papel das pessoas neste mundo altamente tecnológico? Onde vão fazer a diferença? Não é fácil, tudo isto está a acontecer num clima de incerteza, de guerra, num mundo em ebulição. Há uma certeza, porém – não podemos ficar parados, na expectativa, temos mesmo de avançar. É nosso objectivo contribuir para a reflexão e, fundamentalmente, contribuir para que passemos à acção, pois o mundo da Gestão de Pessoas está numa perfeita revolução.»

 

Leia o artigo na íntegra na edição de Novembro (nº. 155) da Human Resources, nas bancas. 

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