A La Redoute assume um compromisso de missão responsável. E revela como o concretiza

O sentido de responsabilidade social sempre esteve presente no ADN da La Redoute. É uma missão que assume e concretiza através de acções promovidas em diferentes vertentes. E, mais do que atenção ao meio ambiente ou contributo para a sociedade, é também uma aposta estratégica.

 

Por Sandra M. Pinto

 

O ano de 1837 marca o nascimento da La Redoute, em França. Desde o início encarada como uma «aventura humana e empreendedora única», foi em 1988 que a empresa deu os primeiros passos em Portugal. Hoje, 33 anos depois, a empresa tem aproximadamente 200 colaboradores em Leiria, aos quais se juntam mais quatro na loja de Lisboa e três na loja a abrir futuramente no Porto.

Fisicamente, a La Redoute marca presença, além de em França e em Portugal, no Reino Unido, na Bélgica, na Rússia, em Espanha e na Suíça, desenvolvendo também actividade comercial em Itália, nos Países Baixos e na Alemanha, através de sites, e com parceiros na Grécia e no Médio Oriente, entre outros.

Tendo assumido a direcção-geral da La Redoute Portugal em finais de 2007, Paulo Pinto procurou, desde a primeira hora, implementar um novo modelo de negócios que assentasse no digital, através do e-commerce. Mas nunca perdendo de vista a sua missão – que o responsável garante que os cerca de dois mil colaboradores La Redoute, a nível global, sabe e tem interiorizada – «tornar mais bonita a vida das famílias e ser a sua plataforma de lifestyle preferida».

Na base do ADN da La Redoute está «a criação de laços, a definição de tendências e a liderança por influência». O foco é criar relações únicas e transgeracionais com os clientes e, sendo responsável pelo design de mais de 70% dos artigos que comercializa, tornar o estilo francês acessível a todos. Isto «sem nunca deixar de valorizar a importância da família, estimulando o consumo responsável, sustentando os valores da sociedade e do meio ambiente e defendendo a inovação social», realça Paulo Pinto.

No dia-a-dia, a multinacional francesa pauta a sua actividade por valores muito concretos, como a confiança, a audácia, a curiosidade e a responsabilidade. «Confiar uns nos outros, certos de que o sucesso é, acima de tudo, colectivo, avançando juntos com autenticidade e sinceridade em clima de confiança», explicita o responsável. «O nosso motor é a audácia, um estado de espírito que permite que cada um de nós se torne num líder, que ouse correr riscos, trazer ideias e implementá-las.»

Continua: «Somos curiosos, abertos a um mundo que muda rapidamente e nos desafia constantemente, o que nos permite responder com a mesma rapidez. Acreditamos na nossa missão e no impacto do nosso trabalho na vida das famílias, o que nos impulsiona a agir com empenho e responsabilidade e a procurar constantemente a excelência.»

 

Um elemento estratégico do negócio
Responsabilidade é palavra-chave na acção da La Redoute. Nos últimos anos, tem assumido um «compromisso de missão responsável». Em concreto, 100% dos colchões e 77% dos sofás da marca são fabricados na Europa, 70% da colecção de criança tem o selo “responsável”, 90% da roupa de cama LRI é certificada Oeko-Tex, e 85% tem o selo “responsável”. «No total, são já 70 as marcas que nos acompanham neste compromisso, sendo que temos como meta para 2022 utilizar 100% de algodão responsável e, para 2025, estender essa utilização a 100% de madeira responsável», faz notar Paulo Pinto, afirmando que «é uma estratégia com inúmeras frentes de acção.»

Dá mais exemplos: «A adesão aos projectos Fashion Pact do G7 de Biarritz 2019 e Go for Good, este promovido pela nossa casa mãe, o grupo Galeries La fayette, ou a acção solidária lançada em Portugal e que visa apoiar a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima através da venda de um tote bag produzido 100% com materiais reciclados.»

Por outro lado, colabora «com várias entidades locais, apoiando acções específicas, como a oferta de mobiliário ao Hospital Santo André, em Leiria, e o apoio financeiro para a aquisição de macas hospitalares bipartidas».

Outra faceta da responsabilidade social promovida pela empresa de e-commerce ganha vida no apoio à produção de conhecimento científico. Para o efeito, em Portugal, existe uma equipa de desenvolvimento backend do grupo e uma equipa TI de suporte, com a gestão de monitorização de toda a tecnologia existente. «Por outro lado, incentivamos a criação de conhecimento científico através do apoio ao desenvolvimento de teses académicas, na participação em diversas iniciativas nas universidades, com oradores convidados e no apoio a inúmeras actividades que visam a promoção de conteúdos relacionados com o nosso âmbito de actuação», explica o responsável –

A integração de alunos em estágios curriculares e profissionais é igualmente uma prática comum. Todas estas iniciativas são encaradas como parte da missão assumida na formação de profissionais e na criação de conhecimento em prol de uma causa maior. Paulo Pinto destaca «a relação próxima com o Politécnico de Leiria, que se desenvolve através de um plano contínuo de estágios, com integração dos candidatos no final e recrutamento de profissionais, nomeadamente na área de TI. Tudo isto está integrado na nossa política de Recursos Humanos, com os nossos colaboradores a assumir posição nestas iniciativas, essencialmente, como mentores e formadores», sublinha.

 

Responsabilidade social, também interna
Em Março de 2020, com a pandemia COVID-19, o mundo parou. E mudou. Foram muitos os desafios, quer para as empresas, quer para os profissionais, Na La Redoute, até pela natureza do seu negócio, o teletrabalho não era novidade, uma vez que, mesmo antes da sua obrigatoriedade, já era uma realidade em várias suas equipas digitais. «A nossa área é digital, pelo que o trabalho à distância e o relacionamento através da tecnologia já era uma realidade. Assim, não sentimos as dificuldades experienciadas por outras organizações», garante o director-geral. Não obstante, e apesar de estarem preparados para o trabalho remoto, estavam «longe de imaginar o cenário que acabou por surgir».

Paulo Pinto conta que optaram pelo «teletrabalho generalizado, exceptuando as equipas operacionais, e, em termos humanos e de gestão do bem-estar de colaboradores, foram implementadas algumas acções concretas, como o projecto United Heroes e as reuniões quinzenais, pelo Microsoft Teams, com conselhos práticos para lidar com o confinamento.»

O difícil contexto causada pelo COVID-19 levou também a que a La Redoute implementasse iniciativas internas de responsabilidade social, até porque «este sentido de responsabilidade social sempre esteve no ADN da empresa», reitera, salientando que foram muitas as acções desenvolvidas, mas que não quiseram fazer delas «um objecto de comunicação». No entanto, revela que para monitorizar a situação e apoiar os colaboradores, foi implementado um programa com a organização Workwell, com vista à avaliação do bem-estar e saúde mental das equipas, bem como para preparar os managers para saber lidar da melhor forma com «situações mais sensíveis».

Com mais de 85% da população portuguesa vacinada e com o regresso à normalidade no horizonte, a La Redoute prevê continuar com o modelo de teletrabalho para todos os colaboradores de sectores não operacionais, permitindo, no entanto, a quem o desejar ou necessitar, poder estar fisicamente nas instalações da empresa. «Quando for possível um regresso mais massivo, pretendemos implementar um regime de trabalho misto: com três dias de trabalho presencial e dois de trabalho à distância, intensão essa que foi comunicada a todos os colaboradores em Portugal logo após o primeiro confinamento», esclarece Paulo Pinto.

As prioridades na Gestão de Pessoas estão bem definidas: o bem-estar dos colaboradores, consolidar o conceito de Great Place to Work e recrutar talentos, partilhando o director-geral a intenção de continuar a fazer a empresa crescer em Portugal. «Neste momento, estamos a recrutar em áreas como financeira, TI e marketing, sendo que, no nosso plano estratégico a três anos, ambicionamos continuar a recrutar nestas áreas, onde a mais relevante e competitiva é, claramente, a área tecnológica.»

Para cumprir esse objectivo contribui, acredita Paulo Pinto, o facto de a LA Redoute ser «claramente, uma empresa atractiva para se trabalhar. Somos inovadores nas áreas de TI e do marketing digital, e oferecemos possibilidade de carreira internacional. E o respeito pelo colaborador e a preocupação com o seu bem-estar é confirmado/avaliado pela aplicação de inquéritos contínuos.»

No mais, pretende continuar a fomentar «uma cultura organizacional de ambição, criatividade e alto padrão de excelência, promovendo o espírito empreendedor, encorajando a perseverança e a mobilização das equipas para objectivos ambiciosos».

Reinventando continuamente as suas colecções, a empresa mantém o compromisso de democratizar o acesso às tendências e ao design nas áreas da moda e casa. E de continuar a ser «uma empresa que procura estar atenta aos colaboradores e à sociedade» que os rodeia.

 

Este artigo foi publicado na edição de Outubro (nº.130)  da Human Resources, nas bancas.

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