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“Leader’s Talk” da Microsoft discute liderança nas escolas
Um dos convidados da sessão de ontem foi Miguel Júdice, CEO da Thema Hotels & Resorts, onde discutiu com directores de escolas questões de Gestão.
As escolas como empresas com pequenos “clientes” dos quais é preciso cuidar. Assim descreveu Miguel Júdice a sua perspectiva em relação à gestão das escolas em Portugal, na sessão “Leader’s Talk”, iniciativa promovida pela Microsoft e dirigida a uma plateia de directores de Escolas de todo o país.
Num paralelismo com a sua própria experiência como CEO da Thema Hotels & Resorts, na área de Hospitality, o gestor considerou que «tal como eu e os meus colaboradores somos responsáveis pela felicidade dos nossos hóspedes, os professores têm exactamente a mesma responsabilidade em relação a quem recebem nas suas escolas».
Numa pequena conversa com a Human Resources Portugal, Miguel Júdice fala-nos de liderança e de motivação nos dias de hoje em Portugal.
Disse, na conferência, que os portugueses eram “um povo tímido”. Os líderes portugueses também são “tímidos”?
São cada vez menos. A necessidade aguça o engenho. A crise pode fazer-nos arriscar mais, sair da nossa zona de conforto. Associo muito a timidez à vontade de ficar “dentro”, de não ir atrás do negócio, de não ir atrás da solução dos problemas que, muitas vezes, está fora. Não falo em emigração. É preciso ir lá fora, vender. Os portugueses não gostam muito de vender… Aquela imagem do Oliveira da Figueira do Tintin, esse espírito comercial, vendedor, já se perdeu um pouco e precisamos de recuperá-lo. Não podemos ter vergonha de o fazer.
Mas acha que os líderes portugueses estão à altura para “vender” globalmente?
Penso que sim. As empresas estão a vender cada vez mais para fora, a associarem-se mais. Não sei se vai ser suficiente para chegarmos onde queremos chegar, mas tem havido grandes avanços a esse nível, de liderança, de coragem, de ideias, de novas dinâmicas comerciais e económicas.
Como motiva os seus colaboradores neste momento?
Em alturas em que os recursos são escassos e há dificuldades de várias ordens nas empresas, em que as pessoas estão naturalmente desmotivadas… É preciso muito espírito de corpo para motivar. Devemos ter a noção de que é preciso que estejamos todos juntos para ultrapassarmos estes momentos difíceis, e que é pela motivação e não pela desmotivação que as coisas se resolvem. Desmotivar, não dar o litro, não é bom para a resolução dos problemas. Mesmo se tivermos tudo a nosso favor, se o sentimento for de luta, de motivação… Mesmo assim pode ser difícil.
Acha que os portugueses estão unidos?
Não, somos muito pouco associativistas, somos muito pouco de parcerias, de fazermos coisas em conjunto. Temos muito receio dos nossos concorrentes, temos esse espírito um pouco mais primitivo, e isso prejudica-nos. Nesta fase, e como o tecido empresarial português é tão fragmentário, de tão pequena dimensão, se nós não encontrarmos formas de nos associar, seremos sempre prejudicados em relação aos outros. Mas hoje há mais associativismo, mais do que no passado.
Tem boas perspectivas para Portugal?
Tenho. O País tem claramente solução. Vamos sair desta crise mais fortes, capacitados para resolver problemas futuros e para enfrentar novas dificuldades. Era melhor que isto tudo não tivesse acontecido, mas há que saber lidar com esta situação.