Maior desigualdade de género em cargos de gestão e de liderança está nas grandes empresas, revela estudo

As mulheres ocupam 30% dos cargos de gestão e 27% dos cargos de liderança, apesar de maior preparação académica, sendo a desigualdade de género mais acentuada nas grandes empresas, de acordo com um estudo da Informa D&B sobre a presença feminina nas empresas em Portugal.

 

O estudo indica que as mulheres representam metade da população activa em Portugal e registam um nível de escolaridade superior ao dos homens, entre a população activa com ensino superior, 59% são mulheres e entre a população activa sem escolaridade apenas 38% são mulheres.

Ainda assim, apesar de 42% dos colaboradores das empresas serem do género feminino, apenas 30% dos cargos de gestão e 27% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres.

Adicionalmente, apenas 17% das funções de direcção-geral são exercidas por mulheres e 16% de mulheres presidem nos conselhos de administração.

A análise revelou que as grandes empresas são aquelas onde há menor percentagem de mulheres quer em cargos de gestão, quer de liderança, e onde a disparidade de género é mais acentuada com e evolução na hierarquia.

Nestas empresas, que são responsáveis por quase 40% do emprego total das empresas, o desequilíbrio de género na gestão é ainda mais significativo, pois são elas que têm maior percentagem de trabalhadores femininos.

O estudo destacou ainda que a aplicação de quotas relativas ao género é um acelerador da participação feminina na gestão, como aconteceu nas empresas cotadas e do sector empresarial público, onde a presença feminina em cargos de decisão é superior ao observado no restante tecido empresarial.

De acordo com o mesmo estudo, não existem diferenças significativas no que diz respeito à solidez financeira entre as empresas lideradas por mulheres ou por homens, «mas as empresas lideradas por mulheres mostram-se mais inclusivas, dado que 78% das equipas de gestão são mistas, sendo apenas 22% exclusivamente femininas», enquanto nas empresas lideradas por homens, apenas 48% das equipas de gestão são mistas e 52% são constituídas exclusivamente por homens.

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