
Mais de 80% das empresas sentem-se mais expostas a risco fiscal
De acordo com o relatório State of Tax Compliance 2025, da Sovos, 82% das organizações consideram estar actualmente mais expostas a riscos de compliance fiscal do que há cinco anos, enquanto 90% antecipam um aumento contínuo dos custos associados ao cumprimento das obrigações fiscais.
O estudo baseia-se na análise de 16 mil milhões de transações anuais de mais de 100 mil empresas em todo o mundo, bem como na monitorização de mais de 19 mil jurisdições fiscais. Segundo o relatório, os governos estão a abandonar os modelos declarativos tradicionais, optando por mecanismos de recolha contínua de dados em tempo real ou quase real, com impacto direto nos sistemas financeiros, contabilísticos e operacionais das organizações.
De acordo com os dados apurados, 95% das organizações consideram crítica a capacidade de garantir dados corretos em tempo real e 94% afirmam estar a investir em tecnologia para automatizar processos fiscais. O estudo refere ainda que 76% das empresas reportam já um retorno positivo do investimento em plataformas centralizadas de compliance.
O relatório analisa ainda a complexidade fiscal por regiões, destacando os Estados Unidos como o sistema mais fragmentado, a crescente exigência em matéria de IVA na Europa e a obrigatoriedade de relatórios em tempo real na América Latina, onde o Brasil se distingue pela elevada complexidade e penalizações que podem chegar aos 225%.
Em relação à região Europa, Oriente Médio e África (EMEA) – onde está inserido Portugal – o relatório detalha os países que lideram na frequência de mudanças no IVA e quais as indústrias que enfrentam os maiores níveis de complexidade deste imposto. Além disso, são ainda identificados os quatro motivos mais comuns para a rejeição das faturas electrónicas (exemplo: informações erradas, erros de formato e falha em reportar em tempo real) e as principais penalidades de IVA emitidas pelas autoridades fiscais da UE.
Num contexto de crescente digitalização e relatório fiscal contínuo, estas exigências assumem particular relevância para as empresas portuguesas integradas em cadeias de valor internacionais ou sujeitas a múltiplas obrigações fiscais, num quadro europeu marcado por exigências reforçadas de reporte digital, interoperabilidade de sistemas e controlo fiscal.