Metade dos gestores afirma que a mão-de-obra continuará a ser crucial na produção. E identificam que perfis serão mais procurados

Apesar da crença comum de que as ferramentas tecnológicas eliminarão um grande número de empregos humanos, mais de um em cada dois gestores da indústria de produção (51,3%) acreditam que a mão-de-obra continuará a ser crucial no futuro.

 

O relatório também revela que 85% dos inquiridos acreditam que a procura de perfis profissionais específicos irá mudar profundamente nos próximos anos, à medida que a Produção evolui.

No que diz respeito aos trabalhadores com qualificações baixas e médias, as empresas num futuro próximo procurarão principalmente operadores de Produção; operadores de Máquinas; operadores e controladores de Dispositivos. Já os papéis especializados mais procurados serão planeadores de Produção; gestores de Garantia de Qualidade; gestores de Manutenção.

Quase um em cada quatro (23,3%) gestores espera que a automatização crie novos empregos e oportunidades de carreira e outros 20,3% pensam que os trabalhadores serão transferidos para novas posições, de acordo com um relatório publicado pela Gi Group Holding, um dos principais prestadores de serviços mundiais para a evolução do Mercado de Trabalho.

O relatório intitulado “Produção – Tendências Globais de RH 2023” é o resultado de um inquérito conduzido pelo Instituto Piepoli, um instituto de pesquisa de Marketing independente, a uma amostra de 240 decisores (gestores de RH, gestores de fábrica, gestores de produção) de empresas da indústria de Produção. O estudo foi realizado em seis países (Brasil, China, Alemanha, Itália, Polónia, e Reino Unido). Os resultados foram apoiados por uma análise documental conduzida pela empresa de Gestão de Dados INTWIG.

De acordo com o relatório, de facto, 84% das empresas já implementaram ferramentas de Transformação Digital sendo as mais adoptadas o Cloud Computing (27%) e a integração digital (22%), seguidas de perto pelas Big Data – Analytics (20%), Cibersegurança (19%) e, entre outras, a robótica e a inteligência artificial (16%).

Além disso, um em cada cinco inquiridos (22%) acredita que as tecnologias facilitadoras serão implementadas na sua empresa durante os próximos cinco anos, e outros 63% pensam que poderão ser implementadas.

No geral, a automatização é vista como uma oportunidade para as empresas aumentarem a produção e continuarem competitivas e para os trabalhadores melhorarem as suas competências, crescerem profissionalmente e aumentarem os salários. Contudo, pode representar um risco para os trabalhadores com competências insuficientes ou obsoletas.

A este respeito, 33% dos inquiridos mencionam que muitos trabalhadores não possuem actualmente as competências adequadas para novos empregos, o que realça o papel crucial que a formação desempenhará cada vez mais nos próximos anos.

Com 66% das empresas a relatar algum tipo de dificuldade em encontrar trabalhadores especializados, a escassez de trabalhadores é de longe a maior preocupação que a indústria transformadora está a enfrentar. A escassez geral de mão-de-obra tem várias causas, incluindo uma má percepção da indústria de Produção (ainda vista como uma indústria fisicamente exigente onde prevalece a mão-de-obra manual ou pouco qualificada) e uma falta de competências adequadas.

A nível de competências técnicas, os especialistas de todo o mundo concordam que será cada vez mais necessário que os trabalhadores com qualificações baixas e médias tenham experiência com ferramentas e maquinaria especializada (68%), bem como formação especializada (65%), enquanto que para os trabalhadores especializados será crucial ter competências digitais e de gestão de projectos (71%) e a capacidade de falar em público (71%).

Quanto às soft skills, os trabalhadores com baixas e médias competências terão de se concentrar na adaptabilidade e flexibilidade (84%) e na capacidade de trabalhar autonomamente (79%), enquanto a capacidade de trabalhar por prioridades (87%), juntamente com a tomada de decisões e a resolução de problemas (81%), será particularmente relevante para os trabalhadores especializados.

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