Metaverso e ChatGPT: Qual a sua utilidade na Gestão de Pessoas?

O tema está na ordem do dia e por isso foi nele que centrámos o XLVI Barómetro Human Resources, acrescentando para análise a aferição sobre a necessidade de competências digitais nas empresas e a importância (e concretização) do upskilling e reskilling. Apresentamos aqui os resultados, alguns deles curiosos.

 

Por Ana Leonor Martins

 

Mais recentemente com o ChatGPT (Generative Pre-trained Transformer) – uma ferramenta que usa a inteligência artificial para conseguir um processamento de linguagem natural para gerar respostas às perguntas dos utilizadores sobre todo um manancial de temas, que foi lançado em Novembro de 2022 pela OpenAI e desde então tem gerado muita “controvérsia” sobre as suas potencialidades e o que estas representam –, e de forma mais contundente durante a pandemia com o Metaverso (ainda que o conceito remonte a 1992), o diálogo sobre a inteligência artificial e realidade virtual tem-se intensificado, tal como os seus efeitos no mundo do trabalho. Mas será que já extrapolou a realidade de um nicho reduzido de empresas? Não indo para a utilização, será que a maioria está sequer consciente das potencialidades destas ferramentas?

Este é o foco na XLVI edição do Barómetro Human Resources, que aproveita a temática para voltar ao incontornável e cada vez mais relevante tópico das competências digitais, qualificação e requalificação. O painel do Barómetro foi chamado a reflectir sobre estas matérias, e é a análise às suas respostas que apresentamos.

 

Metaverso e ChatGPT
Colocámos aos especialistas do painel do Barómetro Human Resources as mesmas duas perguntas em relação ao Metaverso e ao ChatGPT. Começámos pelo Metaverso, questionando: “Sabe exactamente o que é o como se pode aplicar/ser útil à Gestão de Pessoas”. E as respostas dividem-se, mas a maioria – 58% – sabe o que é (29%) ou tem uma noção (29%) do que é o Metaverso e de como se pode aplicar/ser útil à Gestão de Pessoas. Mas um em cada 10 (10%) sabe o que é, mas não como se aplicar ou pode ser útil, pelo menos nesta área em específico. Percentagem mais significativa (26%) admite ter apenas uma noção do que é, mas não de como pode ser vantajoso para a Gestão de Pessoas. E 6% (o que não deixa de ser significativo dada a composição do painel) afirmam que não, que não sabem o que é nem a sua utilidade.

Se focarmos a análise entre os que sabem o que é o Metaverso e os que apenas têm uma noção, constamos que a maioria (55%) apenas tem uma noção, enquanto 39% afirmam que sim. Mas se nos centrarmos na segunda parte da opção, constatamos que 58% sabem como se pode aplicar/ser útil na Gestão de Pessoas, e 36% admitem que não sabe. Tentando concretizar, perguntou- -se “Em que âmbitos acredita que o Metaverso pode trazer melhores resultados na Gestão de Pessoas”. E para mais de metade dos inquiridos (52%) – sendo que podiam escolher duas opções – é na Formação, seguindo de muito perto (48%) o Onboarding. Em terceiro lugar, surgem ex- -aequo, com 23%, o Recrutamento e a promoção da união em situações em que há modelos de trabalho remoto ou híbrido. Ninguém acredita que possa ser útil na motivação de equipas, e 10% afirmam que não tem qualquer utilidade em área nenhuma da Gestão de Pessoas.

Em relação ao ChatGPT, as respostas são algo diferentes. Desde logo, há mais pessoas a garantirem que sabe que ferramenta é esta e como se pode aplicar/ser útil na Gestão de Pessoas – 39% (mais 10 pontos percentuais do que em relação ao Metaverso). Por outro lado, é também consideravelmente superior a percentagem dos inquiridos que, dizendo sabendo o que é, não sabe como se pode aplicar/ser útil na Gestão de Pessoas – 22%, quando em relação ao Metaverso foram 10%. E há menos inquiridos que, tendo noção do que é o ChatGPT, não sabem qual a sua utilidade na área de Talento. Também a percentagem de quem não sabe o que é diminui – 3% (menos três p.p. do que em relação ao Metaverso).

Fazendo o mesmo exercício anterior, verifica-se que, se olharmos para os que dizem saber ou apenas ter uma noção do que é o ChatGPT, 61% afirmam que sim (percentagem maior do que no Metaverso), e 36% que têm só uma noção. Focando-nos em se os inquiridos sabem ou não como o ChatGPT se pode aplicar/ser útil na Gestão de Pessoas, 65% afirmam que sim, enquanto 32 admitem que não.

 

Fique a conhecer todos os resultados do XLVI Barómetro Human Resources na edição de Fevereiro (nº.150) da Human Resources, nas bancas (se preferir comprar online, tem disponível a versão em papel ou a versão digital).

E tem também o comentário dos especialistas:

– Carla Marques, CEO da Intelcia Portugal

– Ana Rita Lopes, directora de Recursos Humanos do Grupo Nabeiro – Delta Cafés

– Vera Rodrigues, head of People da MC

– Inês Madeira, directora de Capital Humano do Grupo FHC

– Mariana Canto e Castro 26%, directora de Recursos Humanos da Randstad Portugal

– Eduardo Caria, director de Pessoas e Organização do Grupo Ageas Portugal

– Susana Silva, directora de Pessoas do El Corte Inlgés

 

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