Na idade de ouro
Os consultores seniores vêem a reforma como uma oportunidade para contribuir com o seu tempo e conhecimento para apoiar organizações por todo o mundo.
A Associação Portuguesa de Consultores Seniores conta com 80 membros voluntários altamente qualificados e motivados. As empresas com recursos limitados agradecem.
«A ideia fundamental era, e continua a ser, prestar apoio a entidades, instituições e empresas com poucos recursos, sem possibilidades de recorrer às empresas de consultoria», explica o presidente da direcção Henrique Sobral sobre o que motivou a criação da Associação Portuguesa de Consultores Seniores (APCS), em 1988.
A APCS, hoje, faz consultoria em Recursos Humanos e em diversas áreas – Finanças, Direito, Gestão, Engenharia, entre outras – e conta com 80 associados. São os membros da Associação, altamente qualificados, que justificam e garantem o seu funcionamento. A motivação de quem a compõe, em regime de voluntariado, é única e exclusivamente o desejo de permanecer activo, mesmo na reforma, e contribuir, com o seu tempo e conhecimento, tanto em trabalhos de consultoria em Portugal, como no estrangeiro. A título de exemplo, a APCS tem integrado missões de apoio da União Europeia em países como Uzbequistão, Mongólia ou Moldávia sobre o funcionamento da economia ocidental.
Em Portugal, o trabalho realizado pela APCS conta com auditoria a cerca de 200 empresas, 40 estudos de viabilidade, aconselhamento a 25 projectos de micro-empresas e trabalhos de monitorização de cursos de direito laboral e gestão de pessoal.
Por regra, «são pequenas e médias empresas de limitados recursos » que procuram a APCS, explica Henrique Sobral. No entanto, qualquer organização o pode fazer. «Todas são objecto do mesmo tratamento. A proposta é analisada e, uma vez aprovada, procura-se entre os associados quem está capacitado e disponível para executar o trabalho em causa. São depois enviados ao cliente os currículos dos técnicos seleccionados. A empresa fará então a escolha final», esclarece o presidente da associação.
Contudo, a APCS ainda tem margem de crescimento em número de associados, de visibilidade e de apoio institucional – «que verdadeiramente não tem», lamenta Henrique Sobral. E dá o exemplo da congénere alemã, Senior Experten Service (SES) – que integra, a par da APCS, a CESES (Conferation of European Senior Experts Service) – e é considerada uma instituição de utilidade pública. A SES conta com mais de 9 mil associados que, só no ano passado, desenvolveram 1.600 projectos de consultoria no mundo.
Gerd Vennewald é um dos senior experts em RH que integra a SES. E é com base na sua longa experiência em contextos tão diferentes como aqueles que o levaram a missões na China que explica quais os passos a dar em consultoria e que medidas podem ser tomadas para melhorar a gestão das suas pessoas. E deixa ainda um conselho: «Tomar decisões apenas com o apoio da direcção, pode ser, em si só, um grande erro». Isto é, um consultor, no momento de propor uma medida, deve garantir o envolvimento da maioria dos colaboradores.
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