Não consegue evitar a saída dos seus melhores talentos? Saiba o que estão a fazer a Delta Cafés, MC, Auchan e Unilever

A retenção do talento e o futuro das grandes empresas foi um dos temas abordados na 7ª edição do Congresso da GS1 Portugal que decorreu no passado dia 20 de Outubro, sob o mote “Codificar o Futuro: Inflação, deflação e reduflação”.

 

Pedro Salter Cid, da Auchan Retail; Rui Miguel Nabeiro, da Delta Cafés; Anna Lenz, da Nestlé Portugal; Luís Moutinho, da Sonae MC e António Casanova, da Unilever Fima, foram alguns dos gestores que destacaram a necessidade de reter talento, avançando algumas medidas a adoptar pelas empresas, para evitar a fuga de potencial.

Sobre este tema, António Casanova explica: «Temos uma economia que não funciona, que cresce muito pouco. Há uma Europa que precisa desesperadamente de mão de obra qualificada, e que está disposta a pagar bem por ela, e um país [Portugal] que tem essa mão de obra mas, ou não tem lugar para ela, ou não lhe paga o suficiente». Para o CEO da Unilever, só será possível reter as pessoas «quando a economia funcionar.»

Anna Lenz, da Nestlé Portugal, acrescenta que «há pessoas sem emprego que não conseguem entrar [no mercado de trabalho] e, por isso, é preciso voltar a formar estas pessoas, para poderem ser mais eficazes, e, assim, reintegrar a mão de obra.»

Já Luís Moutinho, da Sonae MC, assume que «estamos perante um problema demográfico» e que é necessário abordar o tema «de forma estruturada». O executivo defende ainda que, além da remuneração, é importante ter pessoas motivadas porque «são elas que fazem a diferença no serviço, especialmente nos negócios com contacto diário, como é o caso das grandes superfícies de retalho». Sobre este equilíbrio entre a remuneração e regalias, Pedro Salter Cid considera que a empresa retribui «aquilo que é justo, não só pelo salário que os colaboradores auferem, mas também pelas regalias e recompensas.»

A dificuldade na retenção de talento foi reiterada enquanto desafio transversal a todo o sector do retalho, uma vez que Rui Miguel Nabeiro sente, também, na Delta, uma dificuldade em reter as pessoas. Quando questionado sobre o ajuste salarial que é sugerido aos privados, Nabeiro explica que «é um esforço grande, mas tem de ser feito porque o mais importante são as pessoas e a sustentabilidade presente e futura da organização.»

Também a perspectiva de competências mais valorizadas estará muito relacionada com o contexto de imprevisibilidade que se vive. E por isso, António Casanova destaca a flexibilidade necessária em todas as áreas e, também a necessidade de reforço de todas as áreas digitais. Rui Miguel Nabeiro concorda e acrescenta que, num momento em que as circunstâncias podem mudar de forma tão rápida, é importante procurar talento que seja ágil e que tenha elevada capacidade de resolução de problemas.

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