Não, não é sobre o CR7! É sobre Gestão de Pessoas!

Por António Saraiva, Business Development Manager na ISQ Academy

Não! Não é sobre o Cristiano Ronaldo. Se bem que ele mereça vários artigos, como desportista e como homem! Mas sim, tudo tem a ver com talento, esforço, dedicação, empenhamento e… justiça! Tudo são percursos de vida e são processos! Definição de objetivos e as vias para os atingir.
O contexto desportivo, em particular o de alta competição, é de uma riqueza imensa para muita reflexão. Em particular, para a vida das Organizações, de caraterísticas ditas mais empresariais. É que no Desporto tudo acontece muito rapidamente. Tudo é, na maioria das vezes, determinado pelas vitórias e derrotas, mas também porque o rendimento dos atletas é condicionado no tempo.
Estar no topo carece de organizações desportivas sólidas, com uma gestão de pessoas diária, seja por via do rendimento dos atletas, seja por via da gestão de episódios relativos a lesões. Mas também o capitalizar recursos que, por acaso (!), são pessoas. O desporto de alta competição gera milhões e contribui, com algum significado, para o PIB de certos países, em particular em desportos como o futebol. Por tudo isto, e análises ainda mais detalhadas, geram paixões e controvérsias, quiçá, muitas vezes o extravasar de sentimentos recônditos do ser humano, assaz violentos até!
E tudo isto nos traz ensinamentos na Gestão de Pessoas nas Organizações. Desde a captação e retenção de talentos, o desenvolvimento dos mesmos, desde os mais jovens, através das respetivas Academias de Formação, aos mais experientes experienciando e potenciando as suas melhores competências. Tudo isto de forma rápida e assertiva, pois o Mercado, em especial o de transferências, faz Lei! E as Pessoas? Os atletas? Se estão no topo, garantem não só o seu futuro, como são verdadeiros ídolos. Em muitos casos, quando aliam o seu talento a comportamentos gizados pelos Valores, servem de exemplos para os mais jovens. Nos mais velhos despertam paixões.
Mas onde isto colide com a vida das Organizações onde se labora diariamente. Sejam organizações públicas ou privadas. Até onde o esforço e dedicação é verdadeiramente compensado e de que forma é recompensado? Sim, também há craques no mundo laboral. Sim, também há prémios. Sim, também há uma espécie de mercado de transferências. E da mesma forma que em alta competição, também se passa de bestial a besta em curto espaço de tempo. Também, em muitos casos, a idade não perdoa: seja no recrutamento em idades mais avançadas, seja na designada renovação de quadros. Para não falarmos em mecanismos que tentativamente se promovem aposentações antecipadas.
Nada tem a ver com o Cristiano Ronaldo. Tudo tem a ver com talento, esforço, dedicação, empenhamento e… justiça! Nada disto se esvai com a idade. Nada disto desaparece e tudo pode ser ajustado à renovação dos contextos e dos desafios que lhe estão associados. Mas a justiça, essa sim, esvai-se quando esquecemos o contributo que alguém já ofereceu, em momentos decisivos da história da Organização – no seu desenvolvimento, na melhoria dos processos, na sua sustentabilidade. Aqui, a justiça, não passa tão só a… injustiça, passa a ingratidão. Esquecer um contributo, por mais pequeno que seja, implica apagar um momento da História!