O impacto da inteligência artificial, para lá do hype

Os estudos multiplicam-se e as “previsões” também – emprego criado, emprego destruído; funções que se vão tornar obsoletas; competências que vão ser essenciais; vamos trabalhar mais, menos ou simplesmente de forma diferente…Uma coisa é certa, ou melhor, duas: a inteligência artificial veio para ficar. E ninguém sabe verdadeiramente o que aí vem.

Por Ana Leonor Martins | Fotos Nuno Carrancho

 

As grandes empresas já estão a fazer investimentos significativos em inteligência artificial (IA). Têm as ferramentas, mas os resultados não são imediatos. Primeiro, porque é preciso capacitar as pessoas para as usar de forma a tirar delas o melhor proveito, aí sim com reflexos na produtividade; e depois, porque as empresas estarão ainda um bocado perdidas sobre qual o melhor caminho a seguir e até onde a IA as pode levar.

Para além dos riscos que não se podem ignorar (alguns destacados nesta edição, na reportagem sobre a XXIX Conferência Human Resources) e da necessária actualização de competências de que todos vamos necessitar (pela primeira vez, a tecnologia vai impactar mais as pessoas qualificadas), a expectativa é de que a IA nos traga ganho de tempo. A questão que se coloca é: o que vai ser feito com esse tempo?

As empresas vão reduzir o número de pessoas ou o número de horas de trabalho? As pessoas vão fazer menos coisas ou coisas diferentes? O momento é de transformação, mas vai haver uma significativa reorganização do trabalho? Actualmente, a pressão pelos resultados parece maior do que nunca. Vai o bem-estar e a qualidade de vida sobrepor-se a isso? O que vão as empresas procurar nas pessoas? Para lá do hype de termos as ferramentas e de usarmos a IA generativa para algumas tarefas, estamos a ver a “bigger picture”? Fazemos ideia do que aí vem? Em princípio, não.

O almoço do Conselho Editorial voltou a realizar-se no Hotel Vila Galé Ópera, em Lisboa, contando com a presença de: Ana Rita Lopes (Delta Cafés | Grupo Nabeiro), Fernando Neves de Almeida (Boyden), Francisco Viana (CGD), Isabel Heitor (ANA Aeroportos), Maria Kol (Microsoft), Mariana Canto e Castro (Randstad), Nuno Troni (Gi Group Holding), Pedro Rocha e Silva (LHH | DBM) e Vera Rodrigues (MC | Sonae).

Almoço do Conselho Editorial da Human Resources, artigo publicado n.º 172, de Abril de 2025

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