O poder da transformação do local de trabalho

A mais recente crise pandémica contagiou a economia global. O mercado mundial está a ajustar-se aos novos modelos de negócio, de consumo, de investimento e de gestão, criados por uma transformação imposta pela evolução tecnológica que direta e indiretamente está igualmente a influenciar o perfil dos locais de trabalho.

Por Mafalda Samwell Diniz, Head of Marketing & Communication da MALEO

A transformação digital e a gestão de risco corporativa parecem seguir caminhos paralelos. Qualquer processo deste cariz vai implicar novos riscos e accionar inevitavelmente todas as políticas de protecção e segurança de uma organização. Devem as empresas seguir um caminho mais seguro que não coloque em causa a viabilidade do negócio ou avançar para o novo paradigma, sem deixar de acautelar alguns riscos?

Esta transformação digital vem revolucionar a componente operacional e estratégica das empresas, logo, a flexibilidade e adaptabilidade dos locais de trabalho devem ser ajustados a todo o processo, evoluir e acompanhar de perto a migração que venha a existir.

Locais de trabalho físicos, tecnologia e visão estratégica de mãos dadas

A tecnologia permite optimizar processos, aumentar a produtividade, reduzir riscos, reforçar segurança e garantir a inovação que a empresa necessita para vingar no mercado. No entanto, só terá um impacto positivo se estiver totalmente ajustada às necessidades e objectivos da empresa. A transformação do posto de trabalho tem que ser transversal à empresa. À margem de toda a componente tecnológica, é necessária uma mudança cultural, orientada para o futuro e para esta nova era, em todos as áreas de negócio e departamentos. Muitas organizações terão de mudar a mentalidade em relação ao próprio risco e às políticas de segurança, onde a agilidade e competitividade necessárias só poderão ser garantidas com um esforço colectivo e bem direccionado que apenas é passível de existir, em larga medida, quando as equipas estão juntas fisicamente no mesmo local de trabalho.

As mudanças na força de trabalho vão estar no centro do processo de transformação. Para conseguirem assegurar a melhor estratégia, visão e oferta, as empresas têm que procurar os melhores locais para colocar as suas equipas a trabalhar e conseguir atraí-los com uma proposta diferenciadora. Os novos profissionais são mais exigentes, querem desafios que lhes permitam crescer profissionalmente e pessoalmente, e dão preferência a um digital workplace.

A transformação do posto de trabalho está a revolucionar todas as indústrias, desde as mais tradicionais às mais modernas e afeta a sua estrutura de funcionamento. A relação entre o colaborador e o cliente é talvez a faceta mais visível desta mudança, no entanto, todos os processos operacionais e de gestão são impactados.

Independentemente de se tratar de um sector ligado ao desenvolvimento, produção e distribuição de produtos ou de uma empresa de serviços, a revolução do posto de trabalho vai garantir ganhos em várias áreas cruciais para o sucesso das empresas neste novo e mais exigente mercado. Contribui para um maior conforto, produtividade e resposta dos colaboradores e com isso é possível garantir fidelidade, retenção e incremento de receitas do lado do cliente. É quase certo que desta forma estamos a multiplicar por dois a satisfação do cliente, a inovação (na perspectiva do Time2Market e Time2value) e a rentabilidade.
Mas esta abordagem terá de assentar numa tríade:
1. Redefinição na escolha dos locais de trabalho através de novas tecnologias;
2. Experiência do colaborador: adaptação à cultura da empresa desde o primeiro momento em que entra no escritório;
3. Tecnologia e segurança envolvida.

Como abordar e iniciar esta transformação do local de trabalho?
A mudança do actual paradigma para outro que responda às exigências futuras do mundo do trabalho requer novas estruturas organizacionais e uma nova cultura na abordagem. Há 5 passos fundamentais:
• Confirmar o futuro do negócio;
• Modernizar a plataforma tecnológica;
• Adaptar a força de trabalho e gerar novos modelos de relação presencial entre os colaboradores;
• Configurar as áreas de trabalho de forma suficientemente flexível e de acordo como o trabalho está a ser desenvolvido;
• Proteger a resiliência, produtividade e a cultura do negócio no interior do escritório.

Esta mudança de paradigma requer novas estruturas organizacionais e uma nova cultura na abordagem à atracção e retenção da próxima geração de talento e à aprendizagem.

São de facto necessárias mudanças estruturais nas organizações tradicionais, nomeadamente nas hierarquias e na liderança, em conjunto com a superação do obstáculo da cultura de trabalho pouco flexível, se as actuais empresas quiserem atrair e reter talento. Muitas indústrias sofrem com o facto de os colaboradores mais jovens, com competências digitais e tecnológicas avançadas, não considerarem os seus ambientes de trabalho atrativos.
Pelo que as empresas e os seus ecossistemas (sobretudo os seus espaços de trabalho presencial e físico) precisam de construir uma cultura de aprendizagem e flexibilidade que permita que os colaboradores sintam que os espaços foram criados para si, a pensar em si e na otimização das suas competências.
De facto, a mudança constante de métodos e objectivos de negócio exigirão uma flexibilidade da força de trabalho e uma orientação para a qualificação, só possível com a criação de uma cultura e mecanismos de aquisição contínua de conhecimentos. Assim, haverá adaptação dos colaboradores ao escritório físico, entendendo que também este sofreu alterações, ajustes e declarada flexibilidade, permitindo que todos que nele coabitam o sintam como seu.

 

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