O que faz os profissionais ficar ou sair de uma empresa?

A Randstad lançou neste mês de Maio mais uma edição – a nona – do estudo Randstad Employer Brand Research 2024. Entre as principais conclusões, sobressai que o factor salarial continua a ser o mais relevante para os profissionais, mas o grau de importância dado aos outros critérios tem vindo a crescer nos últimos três anos.

 

O Randstad Employer Brand Research é «o maior estudo independente de employer brand a nível mundial», que identifica as empresas mais atractivas para trabalhar na opinião da população activa de 32 países. O estudo compreende as percepções de mais de 185 mil inquiridos (público geral entre os 18 e os 65 anos) sobre 6022 empresas, e procura responder a perguntas como “o que leva as pessoas a escolherem uma empresa em detrimento de outra?” e “o que as motiva a ficar na empresa ou a sair?”. Este estudo fornece também insights de acordo com as percepções e motivações de escolha de potenciais candidatos.

Para Raul Neto, CEO da Randstad Portugal, «esta é uma análise muito importante, pois reflecte a atractividade de uma empresa enquanto marca empregadora. Além disso, numa altura em que tanto se fala de escassez de talento, saber aquilo que é mais valorizado pelos profissionais numa decisão de emprego é determinante para conseguir construir uma estratégia de atracção e retenção», salienta, felicitando «todas as empresas que se destacaram este ano e que demonstram o quão importante continua a ser apostar no seu employer branding».

Apresentamos primeiro as principais conclusões do estudo no que se refere a Portugal, e depois damos a conhecer as empresas que se distinguiram na edição de 2024 – e porquê –, como as mais atractivas para trabalhar. Partilhamos ainda os testemunhos dos vencedores.

Na análise aos resultados do Employer Brand Research 2024, as principais conclusões dividem-se em quatro temas:

1. EVP – Employee Value Proposition
As necessidades dos trabalhadores portugueses mantiveram- se inalteradas, sendo que o salário e benefícios continua a ser o factor mais importante na escolha de um novo empregador. No entanto, existe uma disparidade relativamente grande no que diz respeito à avaliação do actual empregador. As mulheres tendem a dar mais importância a este factor, ao mesmo tempo que dão uma classificação mais baixa ao seu actual empregador comparativamente com os homens.

Contudo, verificamos também que a localização é de extrema importância para os trabalhadores, bem como a segurança do emprego, o que também ajuda a explicar o porquê de os trabalhadores estarem dispostos a fazer algumas cedências em relação ao seu salário. Curiosamente, as mulheres valorizam mais todas as características do empregador ideal, excepto a reputação, que é mais importante para os homens. Tendem também a ser mais críticas em relação ao seu actual empregador em todos os factores. Os empregadores devem reconhecer este facto e tomar medidas proactivas para colmatarem estas lacunas.

 

2. Mudança de emprego
A taxa de turnover e o desejo de mudar de emprego mantêm- -se estáveis (13% e 25%, respectivamente). Os que mudaram recentemente de emprego são maioritariamente da geração Z e têm níveis de escolaridade mais baixos. Porém, os que planeiam fazê-lo nos próximos meses são maioritariamente mulheres e, mais uma vez, a geração Z.

A necessidade de uma remuneração mais elevada devido ao aumento do custo de vida é o principal factor de motivação para uma mudança, especialmente para a geração X (56%) e para as mulheres (55%). A seguir na lista, um melhor equilíbrio entre a vida profissional e pessoal motiva os trabalhadores a considerarem um novo empregador, incluindo as mulheres (45%), os trabalhadores com formação académica superior (44%) e os millennials (43%).

Cerca de um em cada três trabalhadores não recebeu qualquer forma de compensação pela inflação, o que os torna mais receptivos a ofertas de melhores salários e benefícios. Os portais de emprego e motores de busca são os principais canais utilizados na procura de um novo desafio.

 

3. Equidade
Cerca de um em cada cinco trabalhadores portugueses identifica- se como fazendo parte de um grupo minoritário, quer seja devido ao seu género, orientação sexual, etnia/nacionalidade, religião, deficiência ou outra característica. A geração Z apresenta uma resposta significativamente mais positiva a este indicador (25%).

Os membros de grupos minoritários tendem a ser mais rigorosos com os empregadores portugueses quando se trata de igualdade de tratamento no local de trabalho. Isto aplica-se a cada um dos seguintes aspectos:

  • Ser valorizado na sua organização;
  • Tratamento justo por parte dos quadros superiores (por exemplo, contratação, oportunidades)
  • Enfrentar obstáculos na sua progressão na carreira;
  • Igualdade de remuneração e de oportunidades. Embora a diferença percebida na apreciação não seja enorme, é suficiente para que os empregadores portugueses prestem atenção.

 

 

Leia o artigo na íntegra na edição de Maio (nº. 161) da Human Resources, nas bancas.

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