
O que o futuro reserva para o mercado de trabalho em 2026: há boas e más notícias
Os despedimentos em massa das multinacionais e grandes tecnológicas tem ocupado as manchetes, mas não são só estas a que andam a cortar na força de trabalho. Aparentemente, os despedimentos em menor escala – com menos de 50 pessoas – são agora o tipo mais comum, noticia a CNBC Make it.
De acordo com o mais recente relatório da Glassdoor sobre as tendências de emprego para 2026, a “demissão em massa definitiva” chegou e estes despedimentos menores, mas mais frequentes, podem continuar a alimentar a ansiedade e insegurança dos trabalhadores no próximo ano.
Uma pesquisa anterior da Glassdoor descobriu que, após um despedimento, os sentimentos negativos dos restantes colaboradores demoravam mais de dois anos a recuperar, com base nas suas avaliações da empresa. Os despedimentos contínuos têm o dobro do impacto no sentimento dos colaboradores logo após uma segunda ronda de cortes, com as maiores quedas para talentos-chave, gestores e novos contratados.
Outro sinal da insatisfação dos trabalhadores: as avaliações da Glassdoor sobre os líderes sénior têm vindo a cair desde o segundo semestre de 2023 e estão agora muito abaixo dos picos da pandemia. Trabalhadores nas áreas dos media e comunicação; gestão e consultoria; e a tecnologia registaram as maiores quedas na confiança na sua liderança.
Os investigadores da Glassdoor apontam para as disrupções nos negócios causadas pela IA, consolidações nos media e um regresso aos ideais da cultura de trabalho árduo na área da tecnologia como os principais motivos para estes declínios.
Entretanto, desde 2024, uma percentagem crescente de utilizadores menciona palavras como desalinhamento, desconfiança, falta de comunicação, desconexão e hipocrisia nas avaliações do Glassdoor que se referem à alta liderança ou à gestão das suas empresas.
Porém, há boas notícias: a médiasalarial está a aumentar para os jovens trabalhadores com até quatro anos de experiência, o que lhes dará maior poder de compra em 2026.
Os recém-licenciados têm enfrentado dificuldades no último ano para alavancar as suas carreiras, dado o cenário de baixa contratação e a adopção da IA pelas empresas, o que levou muitas a abrir menos vagas de nível inicial. Mas para aqueles que conseguirem um emprego, a remuneração será melhor.