O que procuram os talentos digitais?

72% dos talentos digitais prefere trabalhar com empresas que tenham uma cultura empresarial que funcione de forma semelhante a uma startup, privilegiando a agilidade e a flexibilidade. Esta é uma das conclusões de um estudo feito pela Capgemini, em colaboração com o LinkedIn.

 

O estudo The Digital Talent Gap – Are Companies Doing Enough? analisou a oferta e procura de talento com competências digitais específicas em vários países e sectores. Todas as empresas inquiridas reconhecem uma falta crescente de recursos com competências digitais.

Mais de metade dos inquiridos (54%) considera que este aspecto funciona como um entrave ao desenvolvimento dos projectos de transformação digital e que, consequentemente, as suas empresas estão a perder competitividade.

Apesar das empresas reconhecerem este défice de talento, a verdade é que 50% afirmou que não está a agir em conformidade. Os orçamentos dedicados à formação não aumentaram e em mais de metade das empresas inquiridas (52%) até diminuíram.

29% dos trabalhadores considera que as suas competências são ou vão ser obsoletas dentro de dois anos e 38% considera que isso acontecerá em cinco, previsão partilhada com as gerações Y e Z, que consideram que as suas competências vão estar desactualizadas, também, em cinco anos.

50% dos trabalhadores, e 60% dos colaboradores empregados de talento digital (que dominam pelo menos uma capacidade de programar dados) desenvolve as competências digitais pelos seus próprios meios, nos seus tempos livres.

 

 Alguns sectores são mais afectados que outros

Os trabalhadores do sector automóvel são os que mais temem esta evolução (48%), seguindo-se os trabalhadores do sector bancário (44%), os das utilities (42%), os das telecomunicações e os dos seguros (39% em cada sector).

 Os colaboradores consideram que as formações propostas pelas empresas não são eficazes, com mais de metade a responder que não têm utilidade, ou que não têm tempo para fazer metade, descrevendo-as como “desnecessárias e aborrecidas” (45%).

Estas situações podem levar os colaboradores a sair das empresas. 55% dos talentos digitais está pronto a mudar de emprego se as competências continuarem estagnadas. Ao mesmo tempo, perto de metade dos trabalhadores (47%) afirma estar interessado em empresas que lhes oferecerem a possibilidade de desenvolverem melhor as suas competências.

Por seu turno, os empregadores manifestam-se inquietos por poderem perder os seus trabalhadores mais qualificados. Mais de metade dos empregadores (51%) considera que os seus trabalhadores, uma vez formados irão abandonar a empresa; e 50% afirma que o nível de participação nestas formações continua a ser fraco.

«soft» skills mais importante do que «hard» skills 

O estudo revela que os perfis com competências digitais ditas «hard» em áreas como a análise avançada, a automatização, a inteligência artificial e a cibersegurança são altamente cobiçados. No entanto, as competências digitais apelidadas de «soft», tais como a capacidade de se adaptar a uma abordagem centrada no cliente e a vontade de aprender, são as mais procuradas pelas empresas, dado que são cada vez mais importantes na profissionalização das funções ligadas à área digital.

51% dos colaboradores aponta a ausência de competências digitais «hard» nas suas empresas e 59% constata falta de competências «soft» dos seus trabalhadores. 72% dos talentos digitais prefere trabalhar com empresas que tenham uma cultura empresarial que funcione de forma semelhante a uma startup, privilegiando a agilidade e a flexibilidade.

Segundo os dados recolhidos a partir do LinkedIn que constam do estudo, o ano passado os perfis de «Data Scientists» e dos programadores «Full Stack » foram os mais procurados.

 

Para o estudo, foram recolhidos testemunhos de 753 empregados e 501 gestores que exercem funções em grandes empresas, com quadros de pessoal de mais de mil colaboradores e volumes de negócio de 500 milhões de dólares em 2016. Os questionários foram feitos entre Junho e Julho de 2017 em nove países: França, Alemanha, Índia, Itália, Holanda, Suécia, Espanha, Reino Unido e EUA, nos sectores automóvel, banca, bens de consumo, seguros, retalho, telecomunicações e utilities.

 

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