Os desafios e os comportamentos da rentrée

Por Luís Roberto, Managing Partner da Comunicatorium, Vice-Presidente da APECOM e Professor convidado do ISCSP-ULisboa

 

Em Julho passado, escrevi sobre a importância do tempo de descanso para restabelecer as energias e recuperar do stress do trabalho.
Estar de férias é não deixar que a nossa vida seja condicionada pelo ritmo acelerado do trabalho. Estarmos de férias é também prepararmo-nos para o regresso, com mais força, com mais vontade e certamente, com mais energia.
Agora que a grande maioria terminou as suas férias, aqui estamos de novo preparados para a rentrée.
Para muitos, os próximos 4 meses são vistos como a derradeira oportunidade para encontrar as respostas para todos os problemas não resolvidos nos últimos 8 meses.
Para outros é tempo de ajustamentos e correções ao plano, ou outro tipo de melhorias com vista ao cumprimento dos objetivos delineados.
É também tempo de reflexão. O que foi feito, o que entregámos ou nem por isso, o que gostámos de fazer, o que correu bem e o que correu mal, o que ainda nos falta fazer e o tempo para o fazer,  mas, sobretudo, é na rentrée que todos começamos a pensar no ano seguinte.
São os planos estratégicos, os planos operacionais e os orçamentos que nos vão ocupar nos próximos meses, em resposta ao posicionamento da empresa e aos objetivos do negócio, marcados este ano pela invasão da Ucrânia e pelo impacto na economia global, com especial incidência no mundo ocidental.
E como vamos gerir estes 4 meses?
O desafio passa por identificar quais os comportamentos e os hábitos que podem ser mudados para que os resultados possam ser ainda mais positivos.

Ambiente colaborativo

Criemos no nosso “escritório” uma networking interna, que vá para além da equipa de trabalho, da sua localização, ou layer que ocupa na organização.
A construção de redes internas promove o ambiente de trabalho colaborativo e pode-nos ajudar a ver os desafios com outros olhos, e a ter pensamentos criativos. Mas não só.
Dentro das principais vantagens de um ambiente colaborativo, está a diminuição do turnover da empresa, a retenção de talentos, além do aumento da produtividade, não esquecendo que o segredo de uma equipa engaged com os resultados é a confiança.

Tempo para escutar

Saber escutar é também saber comunicar.
Sabemos que, por vezes, nos esquecemos de dar tempo ao outro. Dar tempo para que partilhe as suas expetativas, os seus receios e os seus medos.
Provavelmente até não está inscrito nos nossos manuais de boas práticas e comportamentos. Possivelmente até é dos que tira notas quando está numa reunião com clientes ou com a equipa. Mas será que nos lembramos de as consultar quando temos de tomar decisões? Ou quando temos de fazer a diferença?
Julgar que se pode gerir todos da mesma forma, e pensar que cada um gosta de ser gerido da forma como sou gerido não é absolutamente a fórmula eficaz.

Happiness & Having Fun

Acordar bem disposto e com vontade de ir trabalhar é algo que alguns invejam.
Mas este comportamento só se consolida quando gostamos, quando nos divertimos e somos felizes com aquilo que fazemos.
Divertir! É isso mesmo. “Do your best by also having fun”, escrevi no passado.
Ser feliz no trabalho é fazer algo que se gosta, é ter a motivação para realizar as tarefas e cumprir com os objetivos.
É uma reflexão sobre o que cada um faz, sobre as suas capacidades e expetativas, sobre o desenvolvimento pessoal, e o caminho a seguir para atingir os objetivos.
O ambiente de trabalho, o sentimento de pertença, a confiança e a identificação com o propósito da empresa, as relações interpessoais, a comunicação positiva, são igualmente fatores fundamentais para promover a felicidade das equipas.
E venham os próximos 4 meses, sem receios e com vontade de mudar comportamentos.

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