Os génios e o talento
«Os génios e os talentos impactaram as empresas.» É desta forma que Anabela Ventura, Country Head and Managing Diretor da DBM Portugal, iniciou o painel “O Génio, o Talento e a Indiferença das Empresas”, na Iª Conferência da Human Resources, em Março de 2011. Na sua opinião, «as empresas nunca são indiferentes ao talento, a questão deve focar-se na interacção com a empresa.»
Na sua apresentação define génio como uma pessoa com grande capacidade mental que pode manifestar um talento criativo fora do comum. Já talento como uma vocação ou um dom para alguma actividade. Os génios, garante, têm um QI superior a 130, ou seja, apenas 2,28 % da população. Na distribuição normal do quociente de inteligência, 68,26% ocupa a faixa de QI entre 85 e 115; de 115 a 130 falamos de 14%.
Anabela Ventura partilhou dois projectos geniais. Um do século XV, de nome Leonardo da Vinci, que se candidata à função de mestre das folias e dos banquetes na Corte dos Sforza, em Milão, com a seguinte “carta de apresentação”: “A minha excelência a construir pontes, fortificações e catapultas não admite comparações e o mesmo se pode dizer de muitos outros dispositivos secretos que não ouso descrever neste papel. A minha pintura e a minha escultura pedem meças às de qualquer outro artista. Sou superlativo a contar anedotas e a meter-me em sarilhos. E faço bolos verdadeiramente inigualáveis.” É admitido e ao longo de 18 anos, Leonardo Da Vinci, para além de desempenhar essa função, inventa, entre outros, o esparguete, o 3º dente no garfo, o guardanapo, o secador de roupa, o saca-rolhas e só depois a rolha, o triturador de vacas. «A cozinha do mestre Leonardo é um manicómio tendo sido afastado para pintar as esposas da Corte. E assim se ganhou um génio na pintura, embora a grande paixão fosse a cozinha», conta.
O outro projecto de génio dado a conhecer por Anabela Ventura data do século XX, foi o denominado Projecto Manhattan, iniciado por uma carta de Einstein ao Presidente Roosevelt, alertando-o para o facto da Alemanha poder estar a conduzir pesquisas na criação de bombas atómicas e sugerindo que os EUA deveriam fazer o mesmo. O projecto durou entre 1939 e 1942, criou-se uma comissão que envolveu 90 cientistas e 120 mil pessoas, resultando no ano de 1945, nas seguintes bombas: “Gadget” de Alamorgordo, “Little boy” de Hiroshima, “Fat boy” de Nagazaki, e a bomba número 4 que não foi usada. O custo médio por bomba atómica era de 5 biliões de dólares, na altura.
Anabela Ventura conclui que a gestão de Recursos Humanos do século XXI deve saber responder aos seguintes desafios: A empresa precisa de génios “in-house”? Como tirar partido de um génio? Como gerir a disrupção causada por um génio? Como identificar as necessidades de talento? Como seleccionar, desenvolver e reter os talentos? Como enquadrar o talento na equipa? Como manter o talento motivado de forma permanente? Como valorizar a diversidade dos talentos?
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