Os portugueses e o empreendedorismo

O mais recente estudo da Amway centra-se na questão relacionada com a educação e na perspectiva que as sociedades têm daqueles que criam o próprio emprego.

65% das pessoas apresenta uma atitude positiva para empreender, um resultado positivo, mas abaixo da média europeia e global, que regista valores de 73% e 75%, respectivamente. Esta é uma das conclusões do 5.º relatório global de empreendedorismo da Amway, empresa do sector de venda directa, apresentado recentemente em em parceria com a Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE).

Para além da atitude positiva face ao empreendedorismo, 41% das pessoas imagina-se mesmo a criar o seu próprio negócio, um crescimento significativo, visto que no ano passado apenas 32% das pessoas se imaginava a fazê-lo, valores actuais similares à média europeia de 38% e à média mundial de 42%.

Independentemente da atitude positiva assinalada na maioria dos países, 64% das pessoas são peremptórias, a formação existente sobre empreendedorismo não é suficiente em Portugal. Esta percepção é extremamente negativa, comparativamente à média europeia e global de 43%.

O grande claim do relatório de 2014 “Nascer ou Tornar-se Empreendedor” foi o mote para a uma análise mais profunda à educação existente nos países analisados. 50% dos portugueses acredita que o empreendedorismo pode ser ensinado, uma percentagem inferior à média europeia e global, que obteve 63% das respostas. Em relação ao facto de se nascer empreendedor, 46% dos participantes acredita nesta situação. Já os jovens (pessoas com menos de 35 anos) têm uma opinião mais vincada em relação à formação, 60% acha que se pode aprender a ser empreendedor, um valor similar à média dos restantes países analisados.

Considerando a responsabilidade para formar as pessoas no que toca a assuntos de empreendedorismo, 49% é da opinião de que a educação para o empreendedorismo deverá passar por programas fornecidos pelo Estado ou qualquer entidade não comercial, como por exemplo associações e câmaras de comércio. E este padrão é observável em todos os grupos demográficos analisados neste estudo. Continuamente, a segunda e terceira opção de resposta é idêntica, a formação sobre empreendedorismo deverá ser dada no Ensino Superior e no Ensino Secundário, ambas com 29% de respostas.

Outro ponto de abordagem e de debate no estudo é o facto dos inquiridos não considerarem a sociedade favorável às temáticas do empreendedorismo. Considerando o ambiente social, o sector político e, as pessoas em geral, a maioria dos participantes (75%) afirma que a sua comunidade é pouco receptiva e apoiante, no que toca a assuntos relacionados com empreendedorismo e com o empreendedor. Esta conclusão representa um enorme entrave ao crescimento de negócios próprios e tem uma proporção muito maior do que a média europeia e global, de 48% e 49% respectivamente. De salientar que Portugal foi o país que registou uma percentagem mais negativa em relação a este indicador, uma condição que se verificou na maioria dos países em que se vive uma situação económico financeira menos favorável.

Relativamente às motivações, as conclusões do estudo foram notórias – a independência de uma entidade patronal foi sem dúvida o grande fundamento, tanto em Portugal (47%, com um crescimento de 3% face ao ano passado) como na maioria dos países analisados. Neste indicador, os jovens com menos de 35 anos de idade, ainda apresentam uma percentagem maior, de 50%.

Regressar ao mercado de trabalho e ter a possibilidade de realização pessoal e concretização das próprias ideias foram os seguintes aspectos mais salientados pela população lusa, com 36% e 35% respectivamente. Comparativamente ao ano passado, a escolha em regressar ao mercado laboral registou um aumento de 5% das respostas, um espelho do receio que as pessoas têm relativamente ao desemprego e à dificuldade em encontrar uma nova oportunidade.

Ler Mais