Portugal é o 2.º país do mundo com maior escassez de talento, revela estudo. “Pior” só Taiwan

Segundo o Talent Shortage Survey 2022, desenvolvido pelo ManpowerGroup, 67% dos empregadores portugueses têm alguma dificuldade em encontrar os candidatos certos e 18% sente muita dificuldade na contratação, o que revela um valor para a escassez de talento de 85% e que vem representar um acentuar da tendência face a 2021, com um aumento de 15 pontos percentuais.

Este valor posiciona Portugal acima da média global, que se encontra nos 75%, mas também como o segundo país do mundo onde os empregadores têm mais dificuldade na contratação, estando apenas abaixo de Taiwan (88%).A escassez de talento é sentida nos onze sectores analisados no estudo, sendo na Banca, Finanças, Seguros e Imobiliário que o valor é mais acentuado, com 88% dos empregadores a relatarem dificuldade em contratar as competências de que precisam.A este, segue-se o sector do Comércio Grossista e Retalhista, que engloba também as atividades logísticas, com 87%, bem como a Indústria e a Restauração e Hotelaria, ambos com um valor de 86%. A fechar o grupo de actividades com maiores desafios na aquisição de talento estão o sector das Tecnologias da Informação, Telecomunicações, Comunicação e Media e o sector da Construção, com 84% dos seus empregadores a relatarem a mesma dificuldade.A escassez de talento está presente em organizações de todas as dimensões. No entanto, é nas Grandes e Médias Empresas que esta tendência é mais sentida, com 89% e 86% dos empregadores, respetivamente, a revelarem dificuldades na contratação. Apesar de ligeiramente inferiores, as Pequenas e Microempresas seguem este movimento, ambas com 81% dos recrutadores a afirmarem o mesmo.Também em todas as regiões de Portugal os empregadores têm dificuldade em preencherem as funções que têm em aberto. É, porém, na Grande Lisboa e Região Centro que esta realidade é mais acentuada, com 89% das empresas a relatar dificuldades em contratar, um pouco acima da Região Sul (86%) e mais distanciadas do Grande Porto e da Região Norte, ambas com 79%.Questionados sobre as funções mais requisitadas, 26% dos empregadores portugueses colocaram os cargos tecnológicos e relacionados com Data em primeiro lugar.

Na lista dos profissionais mais procurados pelas empresas para integrarem as suas equipas, seguem-se as funções de Indústria e Produção, referidas por 21% dos participantes no estudo, bem como Operações e Logística, a escolha de 20%. Para completar a lista estão também as funções de Vendas e Marketing e também de Recursos Humanos, ambas apontadas por 19% das entidades nacionais.O estudo destaca ainda cinco principais competências humanas que os empregadores nacionais mais valorizam, mas que são, porém, difíceis de encontrar. Face às crescentes mudanças do mercado, 30% dos empregadores afirma que a Resiliência e Adaptabilidade são as competências que mais procuram num candidato, com a mesma percentagem a colocar no topo das preferências a Fiabilidade e Autodisciplina dos profissionais. 29% dos empregadores apontam ainda o Trabalho em Equipa e Colaboração, bem como a Capacidade de Iniciativa. Também a Resolução de Problemas é a aptidão humana mais procurada por 26% das empresas.O estudo do ManpowerGroup entrevistou mais de 40.000 empregadores em 40 países e territórios.