Portugal no top 3 do Índice de Diversidade, Equidade e Inclusão Europeu (à frente de países como Áustria, Bélgica ou França)

Portugal ocupa o terceiro lugar do Índice DEI Europeu da EY, estudo desenvolvido pela EY para o grupo Financial Times, que compara o progresso da Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) em nove países da Europa – Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Portugal, Espanha e Suíça – com base nas respostas de 1800 inquiridos (metade em cargos de gestão, metade não gestores).

 

As conclusões da EY revelam que, em média, as empresas europeias obtiveram uma pontuação de 5,69, em 10 pontos possíveis, mostrando que é necessário acelerar o progresso. Portugal ocupa a terceira posição do índice, com 5,85 de pontuação, logo a seguir à Suíça e Espanha.

Os indicadores diversidade de género, diversidade cultural e existência de redes de colaboradores são os que obtêm melhores resultados nas respostas dos inquiridos. O indicador diversidade em matéria de deficiência é o que representa maior oportunidade de progresso.

A pontuação do Índice DEI Europeu da EY tem por base a nota que os inquiridos atribuem à sua organização em indicadores como a diversidade étnica ou cultural, socioeconómica, de género, de deficiência, LGBTQIA+, existência de uma cultura de confiança e transparência, a liberdade de cada um de ser ele próprio e se sentir aceite no trabalho e existência de um ambiente psicologicamente seguro.

Em Portugal, a diversidade de género, a diversidade cultural e a existência de redes de colaboradores são as dimensões DEI com maior pontuação. Os resultados obtidos mostram que há bom ritmo na implementação de políticas DEI: 67% dos inquiridos classificam a sua organização como “boa” no indicador diversidade de género, sendo que o total global se situa nos 61%.

Quase metade (47%) dos portugueses ouvidos no estudo afirmam que são adoptadas medidas para alcançar a diversidade cultural, face aos 39% do total global no estudo. O indicador que merece maior atenção e constitui uma oportunidade/necessidade de progresso é a diversidade na deficiência. Portugal obtém a pontuação mais baixa, 24% face aos 32% do total global dos inquiridos no âmbito do estudo da EY.

«A DEI tem ganho relevância nos últimos anos e há alguns líderes que ainda têm dificuldade em entender o quão transversal é e o que pode representar para as empresas. Redução de conflitos, melhoria do clima organizacional, impacto positivo nos resultados financeiros, cumprimento do papel social, entre outros. Promover a diversidade melhora não só o ambiente empresarial, mas também contribui para o sucesso organizacional. Os departamentos de Recursos Humanos desempenham um papel fundamental na promoção de iniciativas que valorizam a diversidade e asseguram um ambiente acolhedor para todos os colaboradores», afirma Inês Vaz Pereira, People Consulting da EY.

Os líderes senior inquiridos no âmbito do estudo da EY admitem que estão a ter dificuldades em enfrentar a dimensão do desafio da DEI nas suas organizações. Alguns líderes senior estão demasiado optimistas em relação à realidade do desempenho da sua organização em matéria de DEI.

O estudo revela perspectivas divergentes entre gestores e não gestores no que respeita aos esforços de DEI, reforçando que o envolvimento da liderança é fundamental para qualquer iniciativa de mudança organizacional e que a inclusão da DEI na agenda das administrações, a médio prazo, e a melhoria da diversidade da gestão, são fundamentais para o progresso sustentado da DEI.

O relatório da EY revela que as organizações líderes em matéria de DEI investem, em média, anualmente, 5,45 milhões de euros em iniciativas DEI, mais 25% do que as restantes empresas, que gastam, em média, 4,35 milhões de euros. Para canalizar o investimento para onde ele é mais eficaz, investindo mais e melhor, é necessário melhorar a medição do impacto na DEI.

Isto inclui a adopção de métricas sobre a diversidade dos trabalhadores e o pipeline de talentos, bem como a percepção da inclusão, assim como a análise e utilização da informação dos dados para direccionar os recursos para as áreas onde o progresso é lento e onde o aumento das despesas produzirá um impacto mensurável.

De acordo com os dados do Índice DEI Europeu da EY, 54% das empresas líderes em DEI já têm processos transparentes de avaliação de desempenho e do salário, quando comparados com as restantes empresas, em que apenas 34% afirmam possuir estas métricas. A solução passa por uma maior transparência das decisões em matéria de remuneração e promoção, de modo que possam ser contestadas e os decisores responsabilizados.

Em 16% das empresas líderes em DEI, os responsáveis pela DEI reportam directamente ao conselho de administração, o que compara com 12% noutras organizações. Dar ao conselho de administração total visibilidade do trabalho da DEI desenvolvido na organização e assegurar a sua contribuição para os programas da DEI, desafiando os executivos a irem mais longe e de forma mais acelerada pode ser uma das acções essenciais para o progresso sustentado da DEI.

No âmbito do Índice DEI Europeu da EY foram inquiridos 1800 colaboradores em nove países da Europa: Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Portugal, Espanha e Suíça. Metade dos inquiridos ocupa cargos de gestão ou superior, enquanto outra metade desempenha funções de não gestão. 86% das empresas são consideradas “Grandes”, por possuírem 250 colaboradores ou mais e actuam nos sectores do Retalho, Ciências da vida e da saúde, Tecnologia, Alojamento e Serviços Financeiros.

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