Portugueses estão mais confiantes

O Índice de Confiança Michael Page concluiu que 42% dos profissionais portugueses está confiante na evolução positiva da situação do mercado de trabalho nacional. O nível de confiança aumentou dois pontos desde o início de 2016, altura em que o índice registava uma confiança média na ordem dos 40%.

 

O Índice, criado em 2016 pela Michael Page, empresa líder em recrutamento e selecção especializada, revela também o comparativo com o nível médio de confiança na região europeia. Ao longo do ano, o nível de confiança dos portugueses registou poucas flutuações e culmina num crescimento de 2 pontos. Porém, continua abaixo da média europeia, com o nível de confiança dos profissionais europeus a superar a confiança dos portugueses numa média de 10%, variando, de trimestre para trimestre, entre os 9 pontos e os 11 pontos. Apenas Itália apresenta um índice de confiança inferior a Portugal, apresentando uma confiança média de apenas 36%.

 

JOVENS ESTÃO MAIS CONFIANTES NO MERCADO

Os portugueses abaixo dos 30 anos são os mais confiantes no mercado: 47% acredita que, no futuro, o mercado de trabalho se encontrará numa situação estável ou até positiva, e 39% credita no mesmo relativamente ao futuro da situação económica. Os portugueses mostram-se positivos, com a confiança a aumentar ao logo de 2016. No primeiro trimestre do ano, o nível de confiança ficava nos 39% relativamente ao futuro do mercado e nos 30% relativamente ao futuro da situação económica. Resgistam-se assim, crescimentos de 8 pontos  e 9 pontos nas variáveis citadas.

Álvaro Fernández, director-geral da Michael Page Portugal, explica o ligeiro aumento dos níveis de confiança «O INE estima que o desemprego em Novembro de 2016 tenha baixado para os valores mais baixos dos últimos 7 anos: 10,5%. De facto, o mercado laboral tem demonstrado interessantes desenvolvimentos nos últimos anos, impulsionados não só por um crescente dinamismo económico mas também pela alteração do mindset dos Millennials, que está a obrigar o mercado a reinventar-se. Altamente qualificada e especializada, esta geração pressiona as empresas a adaptarem-se para manter a motivação e reter talento. O mercado está um pouco mais favorável para os candidatos, sobretudo para os aqueles com conhecimentos especializados, que possam tornar-se rapidamente numa mais-valia para as empresas.»

Comparativamente, os profissionais na faixa etária entre os 30 e os 49 anos são mais comedidos: 38% acredita no futuro positivo do mercado (um crescimento de 3 pontos face à taxa de 35% registada no primeiro trimestre do ano) e 34% acredita numa melhor situação económica (um crescimento de 2 pontos face aos 32% registados no início do ano).

A confiança diminui consideralmente em profissionais com idade mais avançada. A partir dos 49 anos, apenas 29% dos profissionais prevê a evolução positiva do mercado e só 31% acredita numa situação económica mais positiva no futuro, um decréscimo de 5 pontos na confiança no futuro do mercado. O futuro da situação económica não é tão risonho para estes profissionais, tendo a confiança demonstrada decaído 4 pontos.

 

IDADE INFLUENCIA CONFIANÇA NO DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA

Quando se trata de questões afetas à evolução da carreira, como o desenvolvimento de capacidades ou a possibilidade de encontrar novas oportunidade de emprego, volta a verificar-se a diminuição da confiança à medida que a idade avança.

Dos profissionais inquiridos com menos de 30 anos, 84% acredita que conseguirá desenvolver as suas competências profissionais, um crescimento de 4% no nível de confiança desde o início do ano. 72% está confiante que desempenhará um leque mais vasto de funções (crescimento de 1 ponto), 56% espera conseguir um aumento salarial (crescimento de 4 pontos) e 63% espera uma promoção (crescimento de 5 pontos). 49% espera atingir um nível mais positivo de work-life balance nos próximos meses, mais 5 pontos que o registado no primeiro trimestre do ano.

A confiança reduz entre os profissionais em faixas etárias superiores: 65% (30-49 anos) e 55% (+49 anos) pensa vir a desenvolver as suas competências, um decréscimo de 1% e 7% no nível de confiança. Dos inquiridos, 49% (30-49 anos) e 40% (+49 anos) acredita alargar o seu leque de funções.

41%  dos candidatos com 30-49 anos e 35% dos profissionais com mais 49 anos acredita num aumento salarial. No início de 2016, os portugueses entre os 30 e os 49 anos estavam mais confiantes na expetativa de um aumento salarial com níveis de 42%.  47% dos profissionais com 30-49 anos e 40% dos profissionais com 49 anos espera uma promoção, menos 1 ponto e mais 3 pontos, respetivamente, quando comparado com o início do ano.

No que concerne o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, é interessante verificar que esta é uma das poucas vertentes em que a confiança não decresce linearmente à medida que a idade sobe. Os millenials são os que estão mais confiantes na melhoria do seu equilíbrio entre profissão e vida pessoal (49%). Mas os candidatos com mais de 49 anos estão mais confiantes (42%) do que os candidatos com idades compreendidas entre os 30 e os 49 anos (36%).

«Estes números não são surpreendentes uma vez que os profissionais entre os 30 e os 49 anos encontram-se no pico das suas responsabilidades familiares e profissionais. Estes candidatos encontram-se no topo da sua carreira, desempenhando funções de grande responsabilidade, enquanto estão muitas vezes a começar a constituir as suas famílias. Neste contexto, é compreensível que considerem mais difícil atingir o equilíbrio entre a profissão e a vida pessoal», explica Álvaro Fernández.

 

Metodologia:

O Índice de Confiança da Michael Page é realizado através da auscultação a 2599 profissionais que se candidataram a ofertas publicadas no site da Michael Page. O Índice de Confiança da Michael Page foi lançado em 2016, e tem frequência trimestral. Esta análise oferece uma visão da evolução do nível de confiança dos profissionais portugueses ao longo do tempo e a sua comparação com a média europeia do Índice de Confiança.

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