Prio: Um ano de desafios sem perder o foco no essencial

Criada em 2007, durante o último ano a Prio atravessou o seu maior desafio. Mas “arregaçou as mangas” e pôs em prática alterações nos processos, no portefólio de produtos e também na gestão de pessoas. O foco foi garantir a segurança, sem descurar o seu crescimento profissional.

 

Por Sandra M. Pinto

 

Foi com a ambição de ser uma empresa de energias para a mobilidade do futuro que, em 2007, nasceu a Prio. Ao longo dos anos, a empresa tem vindo a procurar incorporar essa missão no seu dia-a-dia, «fornecendo energias limpas e cada vez mais sustentáveis a milhões de portugueses, e ajudando a construir um futuro mais ecológico e mais verde», começa por referir Gilda Caeiro, directora Jurídica e de Recursos Humanos da energética.

Actualmente, a Prio possui mais de 250 postos em Portugal, onde, além de combustíveis, desde os tradicionais ao GPL passando pelos carregadores eléctricos, os clientes encontram uma rede de lojas de conveniência. Para manutenção da sua actividade, a empresa conta com cerca de 800 colaboradores, distribuídos entre os postos de abastecimento, a operação nos terminais de armazenamento de combustível, a Fábrica de Biocombustível no Porto de Aveiro, a operação de distribuição de gás a nível nacional e os escritórios, também em Aveiro.

Com a pandemia e os períodos de confinamento a que o País esteve sujeito durante mais de um ano, com a generalização do teletrabalho e das aulas em casa, a circulação automóvel foi obviamente muito afectada e o impacto numa empresa como a Prio, que oferece soluções para a mobilidade, foi significativo. «Ainda assim, 2020 não foi um mau ano para os negócios da Prio», partilha a responsável. «Desde o dia um, “arregaçámos as mangas” e pusemos em prática alterações nos processos e no portefólio de produtos para continuarmos a dar respostas às novas necessidades dos clientes.»

Foi esta postura que possibilitou que, durante o último ano, a empresa tenha lançado um novo combustível a pensar no segmento de transporte marítimo, o Eco Bunkers, «sendo que ainda procedemos à reformulação do nosso portefólio de produtos em loja para a venda ao postigo, em complemento da oferta das lojas de conveniência, e lançámos a nossa loja online».

Também ao nível da gestão dos Recursos Humanos, a Prio viu-se perante a necessidade de operar algumas alterações. «Passámos as formações para o online, o recrutamento passou a ser realizado através de plataformas digitais, adaptámos o programa de estágios curriculares, sem os suspender, mantivemos o programa de atribuição de bolsas de mérito para os filhos dos nossos colaboradores e promovemos diversas iniciativas destinadas ao bem-estar físico e psicológico para todos os colaboradores», enumera Gilda Caeiro, que não nega, no entanto, as muitas dificuldades.

«Os últimos 14 meses foram dos mais desafiantes para a Prio, desde a nossa criação, em 2007. Mas, prova de que a estratégia que temos vindo a implementar é a correcta, é que, apesar de termos colaboradores com várias situações laborais e em geografias diferentes, conseguimos manter a proximidade de todos, dando resposta às suas maiores preocupações, adaptando-nos enquanto empresa para, acima de tudo, garantir a sua segurança, mas também o seu crescimento profissional», faz notar.

 

Diferentes contextos laborais
Recordando o início da pandemia, Gilda Caeiro salienta que, «nos primeiros dias de Março, antes de ser decretado o primeiro Estado de Emergência», colocaram «os colaboradores no centro das preocupações, implementando uma série de medidas destinadas a protegê-los, bem como aos clientes e aos parceiros de negócios». Desta forma, todos os colaboradores que desempenhavam funções passíveis de ser executadas em regime de teletrabalho, passaram a trabalhar a partir de casa, «recebendo as condições e ferramentas necessárias para o efeito, e com liberdade de horário, de forma a permitir uma conjugação equilibrada da vida profissional e familiar».

Para as áreas de trabalho onde não foi possível recorrer ao teletrabalho, a organização implementou um plano de contingência, «com as condições necessárias a salvaguardar a segurança de todos os colaboradores, clientes e parceiros de negócio».

Perante as mudanças do mercado, a digitalização do trabalho surgiu como uma componente essencial para um futuro sustentável, mas na Prio essa é uma realidade desde a sua criação. «Contamos com mais de 800 colaboradores espalhados por todo o País, pelo que o acesso a novas ferramentas e a aquisição de competências digitais são fundamentais para que continuemos, todos os dias, a trazer valor aos clientes», afirma a directora de Recursos Humanos. Assim, todos os colaboradores puderam passar para o regime de teletrabalho sem qualquer condicionalismo ou constrangimento, o que para Gilda Caeiro só foi possível porque a empresa tinha implementadas todas as ferramentas que permitiam a colaboração à distância. «A digitalização já era uma realidade na Prio, onde contamos com uma equipa de TI que foi sempre capaz de dar resposta, mesmo à distância, a qualquer problema.»

Simultaneamente, com vista à protecção dos colaboradores da fábrica de biocombustível, do laboratório, dos postos de abastecimento e da distribuição, o plano de contingência manteve-se, do qual já fazia parte a utilização obrigatória de equipamentos de segurança, como máscara e óculos de protecção. Já nos postos Prio houve lugar a «uma adaptação, com o cumprimento de todas as medidas de segurança. Apostámos na higienização das instalações, optámos pela venda por passa valores, introduzimos barreiras de protecção, entre outros, sendo que, na Fábrica de Biodiesel, em Aveiro, foi necessário organizar as equipas, reajustando os turnos, colocando barreiras de protecção e separação de áreas», conta.

Simultaneamente à pandemia, a empresa passou por um processo de mudança de accionista, que representou mais um desafio. Não obstante, «esta mudança veio a revelar-se um processo muito tranquilo e a nossa integração no Grupo DISA tem vindo a acontecer de forma muito natural», garante a directora de Recursos Humanos. «É uma grande mais-valia fazer parte de um grupo com a dimensão e experiência da DISA, pelo que estamos já a trabalhar em conjunto, identificando sinergias, e a estudar e a adoptar boas práticas transversais a todo o universo DISA.» Neste sentido, a Prio reforçou a sua comunicação interna, para garantir aos seus colaboradores que a organização continua a contar com todos e que esta mudança iria trazer inúmeros benefícios, nomeadamente a capacidade de continuar a crescer e a investir cada vez mais em Portugal.

 

Aposta no desenvolvimento
Gilda Caeiro acredita que a Prio é uma boa empresa para trabalhar, concretizando essa crença na baixa rotatividade e no facto de ter colaboradores que permanecem desde o primeiro dia da empresa. «As razões que podemos enumerar são várias e não limitativas», ressalva, destacando: «Enquanto empresa socialmente responsável, integrada num sector de actividade dinâmico, inovador e em constante transformação, a Prio investe no desenvolvimento das competências dos colaboradores, valorizando o crescimento profissional e procurando ser uma empresa transparente, autêntica e honesta.»

Por outro lado, continua, «somos flexíveis na gestão das nossas pessoas e avaliamos o desempenho de cada um de acordo com a sua função e de forma periódica, permitindo um feedback constante e criando uma cultura de meritocracia, o que contribui para que tenhamos um ambiente saudável».

No que diz respeito a 2021, a responsável confessa olhar para o resto do ano com muita expectativa. «Acreditamos que à medida que o plano de vacinação avançar, e em conjunto com as medidas de segurança que conhecemos actualmente, poderemos recuperar alguma normalidade. Confiamos que estamos no caminho certo para continuar a crescer, investir e inovar cada vez mais, cimentando a nossa posição como uma energética do futuro.»

Para Gilda Caeiro, a COVID-19 veio, por um lado, acelerar uma série de mudanças, como a transição digital ou a energética, mas, por outro, veio também trazer transformações inesperadas e numa dimensão diferente da que conhecíamos. «Enquanto empresa, iremos avaliar a manutenção do teletrabalho, continuaremos a desenvolver alguns processos à distância, como a formação e o recrutamento, sempre que se considere que agilizará o processo beneficiando as partes», adianta, sublinhando que vão «continuar a apostar no desenvolvimento de competências dos colaboradores».

Foi precisamente a pensar nisso que a empresa lançou a Escola Prio, um projecto em que tem vindo a trabalhar nos últimos anos e que pretende potenciar o crescimento dos colaboradores, através da formação interna, aproveitando o know-how interno. «Os primeiros cursos estão criados, assim como a primeira bolsa de formadores, e em breve as primeiras turmas irão começar a receber formação», revela a responsável, para quem este projecto «terá sempre um sabor especial por ter sido implementado em plena pandemia, com as dificuldades inerentes, mas que acreditamos que será um enorme benefício para os colaboradores, potenciando a sua motivação, possibilidade de progressão e realização profissional e pessoal».

 

 

Este artigo foi publicado na edição de Maio (nº.125) da Human Resources.

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