Qual o factor que mais desequilibra o que ganham os executivos de topo em Portugal?

O mais recente estudo de Remuneração de Executivos de Topo, realizado pela Mercer, revela que o género feminino continua sub-representado nos papéis de liderança e que os homens em funções de administração e de fiscalização ganham, em média, mais 20% do que as mulheres.

 

No que diz respeito à remuneração fixa em Portugal, o estudo da Mercer, que tem por base a participação de mais de meia centena de organizações no País, revela que os homens em funções de administração e de fiscalização ganham em média mais 20%, relativamente às mulheres. Esta diferenciação verifica-se também ao incluir a remuneração variável, onde o gap aumenta para 30%.

O relatório aponta igualmente uma elevada predominância de elementos do sexo masculino (85%) nos órgãos de administração e de fiscalização em Portugal. E revela que o género feminino continua sub-representado nos papéis de liderança, embora se tenha registado um ligeiro aumento face ao último estudo realizado em 2017.

Este elevado rácio assume maior importância quando, considerando a Lei 62/2017, segundo a qual existe uma obrigatoriedade de cumprir os requerimentos dos reguladores que definem a proporção das pessoas de cada sexo designadas em razão das suas competências, aptidões, experiência e qualificações para os órgãos de administração e de fiscalização do setor público empresarial e das empresas cotadas em bolsa.

De acordo com o estudo, das empresas portuguesas cotadas participantes são identificados rácios entre 20% e 30%, sendo que em alguns casos não existe representação de ambos os sexos nos órgãos de administração, apesar de a lei determinar que a proporção de pessoas de cada sexo designadas para cada órgão de administração e de fiscalização de cada empresa não pode ser inferior a 33,3 %. Esta regra aplica-se a partir de 1 de Janeiro de 2018 para organizações do sector público empresarial e a partir de 1 de Janeiro de 2020 para empresas cotadas em bolsa.

O relatório da consultora revela ainda que no gap salarial de remuneração fixa entre CEO e a média de colaboradores (excepto Comissão Executiva) verifica-se um rácio médio de 10 vezes. Veja aqui.

O estudo Remuneração de Executivos de Topo contou com a participação de 55 organizações, duplicando o número de participantes da edição anterior, realizada em 2017 (28 participantes). Dos participantes, oito são organizações que integram o PSI20.

 

 

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