Quase 60% das empresas acreditam que as tecnologias imersivas irão levá-las a contratar mais profissionais

O estudo “Immersive Tech Report” da Experis conclui que a adopção das novas tecnologias tende a gerar um aumento líquido do número de empregos, com 58% das empresas inquiridas a anteciparem que as tecnologias imersivas, como Inteligência Artificial, Machine Learning, Realidade Virtual e Blockchain, irão levá-las a contratar mais profissionais, face a 24% que refere que não terão impacto na dimensão das suas equipas e apenas 13% que assume que estas tecnologias levarão à diminuição do seu número de profissionais.As organizações reconhecem que as novas tecnologias têm o potencial de mudar o panorama da atracção de talento e a grande maioria já as utiliza. Quando questionadas sobre se já implementaram estas novas tecnologias nos seus processos de recrutamento ou planeiam fazê-lo no espaço de três anos, 70% das empresas inquiridas assumem que sim.
No que respeita ao Machine Learning, 72% dos empregadores já usam esta tecnologia ou planeiam fazê-lo e 71% referem o mesmo acerca de Inteligência Artificial. Por fim, quase dois terços (65%) usam a Realidade Virtual, ou planeiam fazê-lo num futuro não muito distante, nos seus processos de selecção.O estudo avança ainda que mais de dois terços dos recrutadores concordam que a introdução da IA nos processos de selecção permite remover preconceitos subconscientes na escolha dos candidatos. No entanto, revelam também uma preocupação sobre o enviesamento do algoritmo nestes processos, pelo que existe, de momento, um entusiasmo cauteloso sobre o potencial da IA nesta área. Conclui-se assim que para erradicar preconceitos no processo de recrutamento, a tecnologia será vital, mas ainda há um longo caminho a percorrer.
O mesmo estudo revelou o mesmo nível de entusiasmo por parte dos colaboradores e potenciais candidatos no que respeita a estas tecnologias, mas não como substitutos para a interacção entre humanos. Nesse sentido, uma adopção bem-sucedida, por parte das empresas, deverá passar necessariamente por um reforço das capacidades dos recrutadores, e não pela sua substituição.Mais de metade dos candidatos (51%) sentem-se cómodos com uma entrevista em RV e 60% referem estar abertos a experiências de recrutamento com RV, tais como as feiras de emprego. Não obstante, à medida que o processo de selecção avança, estes níveis de conforto com interacções exclusivamente tecnológicas começam a diminuir. Assim, apenas 38% dos profissionais se sente confortável com a possibilidade de ter uma candidatura revista inteiramente por tecnologia de Inteligência Artificial, e um terço dos profissionais discordou fortemente da opção de não terem qualquer interacção humana até à entrevista final.A abertura à tecnologia por parte dos profissionais não se fica por aqui. Com o trabalho remoto presente em muitas organizações, e os profissionais dispersos em diferentes geografias, os espaços de trabalho virtuais parecem ganhar terreno. Assim, 65% dos entrevistados concordam que o Metaverso melhoraria as suas interacções com colegas que se encontram noutros locais, o que revela o potencial desta tecnologia para reduzir o fosso entre espaço físico e digital nas organizações.O estudo revela ainda que, embora os profissionais continuem a valorizar o contacto humano, acreditam que estas tecnologias irão estar presentes nas suas vidas. Quando questionados sobre qual terá um impacto maior na sua carreira, 74% dos entrevistados elegem a Inteligência Artificial, com o Metaverso e a Blockchain a surgir a seguir, sendo ambas as opções de 13% dos profissionais.
No que respeita à dimensão de formação e coaching, quase metade dos entrevistados (46%) revela uma grande abertura para experimentarem este tipo de formação, afirmando sentir-se muito confortáveis com esta evolução. De entre os profissionais, 12% considera mesmo que a formação será indissociável da Realidade Virtual, no futuro. No polo oposto, apenas 10% recusaria formação com base nesta tecnologia e 32% avança que continua a ter preferência por formação presencial.No que respeita a formação no Metaverso, a investigação mostra que existe também um interesse real por parte dos profissionais, 55% dos entrevistados dizem estar muito ou ligeiramente propensos a aceitar oportunidades de coaching se elas forem apresentadas no Metaverso, em comparação com apenas 4% que referem que seria muito improvável que aceitassem este tipo de formação.Desta forma, as novas tecnologias e os novos métodos de formação estão a melhorar a forma como os empregadores podem formar, orientar e fazer o upskilling das suas equipas. Isto é vital para que os trabalhadores consigam preparar-se para um futuro do trabalho, que será, necessariamente, alterado por estas novas tecnologias.
As tecnologias imersivas estão a transformar os tipos de competências que os colaboradores precisam, mas a força de trabalho actual está ainda pouco preparada para esta mudança. Segundo o estudo, 63% dos entrevistados afirmam não ter qualquer experiência na utilização do Metaverso num contexto profissional, face a 16% que já a tiveram e a 21% que têm pouca experiência.
Os dados foram recolhidos através de entrevistas a quase 39 mil empregadores em 41 países no último ManpowerGroup Employment Outlook Survey e através da realização de sondagens com 2100 candidatos no LinkedIn e online.