Quase metade das empresas valoriza a sustentabilidade mas não tem orçamento dedicado a esta área

Quase metade (48,7%) das empresas inquiridas classifica a sustentabilidade como “muito importante” na estratégia da empresa, mas, por outro lado, 43,6% não possui orçamento dedicado a esta área. A conclusão é do “Estudo de Impacto COVID-19 na Sustentabilidade” promovido pela Porto Business School e Aliados Consulting.

 

O estudo mostra também que 23% das empresas chega a referir que não sabe qual o orçamento dedicado ou se ele existe na empresa, o que indica que ainda há um longo caminho a percorrer, apesar do efeito natural da pandemia que ajudou a acelerar essa transição.

No contexto pré-COVID-19, a maioria das empresas já atribuía uma importância elevada à sustentabilidade, mas isso continua a não estar reflectido nas suas práticas, uma vez que, a juntar à falta de orçamento dedicado, existe também uma escassez de iniciativas internas, recursos e estruturas de governança para estimular essas alterações.

Quase dois terços das empresas manteve o foco na sustentabilidade ao longo do período analisado e cerca de metade manterá o mesmo foco e o mesmo orçamento no rescaldo da pandemia.

O estudo permite ainda concluir que as empresas estão mais conscientes das alterações climáticas e entendem que é urgente uma transição “verde”.

Uma vez que a fase de reestruturação e recuperação se encontra em marcha, ainda é incerto quais as principais medidas tomadas pelas empresas no contexto da COVID-19. No entanto, a maioria das empresas inquiridas aponta já como actividades o aumento do foco da sustentabilidade nos seus produtos e serviços, e o fomento da redução do desperdício.

Em suma, 74,4% admite uma boa preparação para o mundo pós COVID-19 e para os seus desafios, reiterando o seu optimismo em relação ao futuro.

Tendo por base os resultados do estudo e a rápida transformação causada pela pandemia, onde o digital tem crescido fortemente, a Porto Business School lançou o Sustainable ACT, um projecto que visa capacitar e dotar as PME nacionais com novos conhecimentos, informações e ferramentas, que vão ao encontro dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O objectivo central é que as PME nacionais venham a deter políticas internas e externas no âmbito da lógica do triple bottom line – People, Planet, Profit -, sendo que, para isso, deverão ser capacitadas em valências passíveis de serem monitorizadas interna e externamente, tendo estas um contributo positivo nas suas áreas financeira, ambiental e social.

O projecto está dividido em duas abordagens – capacitação e transformação – e vai contar com o apoio da Aliados Consulting, parceira da Porto Business School nesta iniciativa, e também com o FI Group Portugal. Em 2022, a Escola vai lançar o selo PME Sustentável, que visará distinguir as PME que já estão a implementar o seu plano de ação e a fazerem este processo de transformação.

«O Sustainable ACT define o caminho que a Escola está e quer continuar a fazer, no sentido do crescimento inteligente e da sustentabilidade. Queremos estar ao lado das empresas no seu percurso, em particular ao lado das PME, que, na maioria das vezes, não conseguem ter os mesmos recursos do que as grandes empresas. Esta é uma abordagem pioneira a nível nacional que conta com o financiamento do Compete e Portugal 2020, e que reforça o nosso compromisso em continuar a apoiar o tecido empresarial nacional. Não há Planeta B e é agora que devemos transformar-nos para garantir um mundo mais sustentável, com propósito e felicidade», destaca Ramon O’Callaghan, dean da Porto Business School.

 

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