Quatro em dez portugueses não acreditam que o seu trabalho desapareça devido à IA. E confiam que vai reduzir a sua carga de trabalho

Segundo o estudo “Consumer Sentiment Survey 2023”, realizado pela Boston Consulting Group (BCG), quatro em dez portugueses (41%) não acreditam que os seus trabalhos desapareçam devido à Inteligência Artificial (IA) nos próximos 10 anos, e apenas 7% acredita que o seu trabalho irá desaparecer com a tecnologia.

 

A maioria dos inquiridos (59%) considera que o desenvolvimento e adopção de IA vai trazer alguma redução de carga horária, sendo que um terço (33%) perspectiva que a redução será inferior a 50% da carga actual, e 19% acredita que será superior.

Mais de metade (58%) dos trabalhadores de Banca e Seguros estão preocupados que a IA possa reduzir em mais de metade o seu volume laboral ou com a extinção das suas funções, seguidos dos trabalhadores de serviços de Call Center (40%), Tecnologias de Informação (39%), Marketing e Publicidade (38%), Finanças e Contabilidade (34%), e na área de Comercial e Vendas (32%).

Apesar da utilização regular, a maioria (68%) dos portugueses reconhece a necessidade de receber mais formação para poder incorporar IA no seu trabalho e só apenas 13% recebeu efectivamente alguma formação com este efeito.

Quatro em cada dez portugueses (43%) utilizam IA pelo menos uma vez por mês, sendo que 23% recorre a essa tecnologia semanalmente, segundo o estudo “Consumer Sentiment Survey 2023”, realizado pela Boston Consulting Group (BCG).

A proporção de pessoas que utilizam IA pelo menos uma vez por mês aumenta para 67% em adultos entre os 18 e os 24 anos e decresce para 26% em adultos com mais de 64 anos. Ainda 19% de todos os inquiridos admitiu já ter experimentado, mas não usufruir, e 38% revelou nunca ter usado estas ferramentas.

Os portugueses usam IA sobretudo para obterem informações (54%), desde factos e dados até explicações e conceitos. Segue-se o auxílio na realização de tarefas, como fornecer instruções, conselhos técnicos ou oferecer sugestões e dicas em diversas áreas (52%); o aprimoramento da escrita no desenvolvimento de textos, correções gramaticais e traduções (48%); e a criação de conteúdo como design, música e vídeo, incluindo a composição, criação de imagens, layouts, anúncios e filmes (28%).

O inquérito revela também que um terço dos portugueses (33%) acredita que a IA terá um impacto significativo ou fundamental na sua vida, com outros 29% a ter a expectativa de um impacto moderado, 15% de um impacto mínimo e 6% nenhum impacto. Além disso, 17% dos inquiridos responderam que não conhecem a tecnologia ou não sabem estimar a sua repercussão.

Os sentimentos em relação à IA generativa dividem-se, com quase metade (47%) dos portugueses a sentir interesse ou entusiasmo face aos 38% que se mostram cautelosos ou preocupados. Além destes, 14% assume uma posição de neutralidade.

O estudo tem como base um inquérito a 1000 portugueses em todo o território de Portugal continental, conduzido entre 15 e 25 de Setembro de 2023, com base em 33 perguntas relacionadas com o sentimento dos portugueses para com os seus hábitos de consumo este ano.

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