Que líderes temos em Portugal? Autocráticos, democráticos…? Líderes e liderados têm opiniões diferentes

De acordo com os resultados de um estudo realizado pela QSP– Marketing Management & Research, 31,4% dos líderes afirmam optar por uma gestão que estimula a partilha de opinião de todos, a colaboração e o trabalho em equipa, enquanto 21,4% assume uma liderança pelo exemplo, embora apenas 1,6% dos liderados a veja como tal.

 

Quando a questão é feita aos liderados, as conclusões diferem, em parte, da visão transmitida pelos líderes. Embora a liderança democrática também seja salientada, surge em igual percentagem (28,6%) com o estilo autoritário ou autocrático como forma de liderança nas suas equipas, sendo os processos e tomadas de decisão centralizadas, de cima para baixo.

A liderança autoritária ou autocrática é salientada pelos liderados, sobretudo, nas empresas com 20 ou mais anos, sendo que nas empresas com menos de 10 anos os líderes são mais vistos como participativos ou democráticos. 

Para a maioria dos inquiridos (35,4%) neste estudo da QSP, ser um bom líder é algo mais inato do que aprendido. Há, contudo, uma “fatia” dos inqueridos (34,9%) que considera que a capacidade de liderança é algo que já nasce consigo mas é exponenciada pela aprendizagem ao longo da vida, enquanto apenas 24,5% defende que é algo mais aprendido do que inato. 

Estes líderes defendem que a sua principal função nas empresas é inspirar a restante organização (52,1%), sendo que comunicar de forma clara e eficaz (27,1%), delegar (12,1%) e tomar decisões difíceis (8,6%) são consideradas em segundo plano.

Já na óptica dos liderados, comunicar de forma clara e eficaz é vista como mais necessária (38,9%), destacando logo a seguir a questão da inspiração (37,5%), e posteriormente tomar decisões difíceis (12,5%) e delegar (11,1%). Em especial, nas empresas com menos de 10 colaboradores, a competência de delegar ganha especial destaque.

 

Lideranças ágeis são chave para o futuro
Feito o autoretrato das lideranças, mas também o retrato por parte de quem é liderado, a QSP procurou perceber quão preparados estão os líderes para enfrentar os desafios futuros, de curto ou de mais longo prazo. Uma liderança ágil e adaptável, que se possa ajustar rapidamente às mudanças, é vista como a mais importante por quase 30% das empresas, sendo relevante para 88,2% dos inquiridos. 

A flexibilidade e adaptabilidade são ainda apontadas como as competências de liderança mais importantes num mundo em constante mudança, com a competência para tomar decisões estratégicas num ambiente complexo e em rápida transformação no mesmo patamar. Apesar de ser uma realidade cada vez mais premente, liderar equipas virtuais e remotas é, de longe, a competência menos referida.

A liderança é vista como tendo um papel fulcral para moldar o futuro das organizações, devendo desde logo ajudar a criar um ambiente de trabalho saudável e inclusivo para a equipa (83,5%), estimular a inovação e a criatividade dentro da organização (81,6%), bem como definir e comunicar uma visão clara para a organização (80,2%).

A capacidade de identificar e desenvolver talentos e competências na equipa (76,9%) também assume extrema importância num bom líder. Por isso mesmo, os inquiridos consideram que se deve fomentar uma cultura de aprendizagem contínua e feedback (86,3%), num ambiente de trabalho seguro e inclusivo, que valoriza a diversidade de opiniões e ideias (79,7%)

Investir em formação e desenvolvimento de competências específicas é referido por 71,2%, mas apenas 19,3% o indica directa e exclusivamente.

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