Rui Mendes da Costa, Águas de Portugal: Aprender à velocidade da mudança

Rui Mendes da Costa, director corporativo de Recursos Humanos da Águas de Portugal, acredita que «uma empresa, para ser sustentável, terá de aprender, pelo menos, à mesma velocidade da mudança». Leia a sua análise aos resultados do XXXV Barómetro Human Resources.

 

«Vivemos, efectivamente, um momento de reflexão, aprendizagem e adaptação, que não podemos deixar de aproveitar ao máximo, quer para nos reinventarmos, quer para reinventarmos as nossas organizações. A questão não se prende com o “futuro desconhecido”, mas sim com a velocidade a que tudo acontece. Uma empresa, para ser sustentável, terá de aprender, pelo menos, à mesma velocidade da mudança. Este é um grande desafio, até porque acredito que não teremos um novo normal – estaremos sempre em mutação, em transformação. O teletrabalho é apenas uma das parcelas desta equação. É curioso perceber que apenas 29% das respostas do barómetro apontam para um modelo de teletrabalho já bem definido, mas em 96% das respostas é assumido que o modelo será híbrido. Neste âmbito, considero que temos todo um mundo de flexibilidade para explorar, essa é a palavra-chave, bem como a possibilidade de oferecermos o poder da escolha às nossas pessoas, pois todas e todos somos diferentes e temos preferências distintas – contudo, apenas 2% das respostas são no sentido de a escolha ser totalmente dos colaboradores. Dimensões como a confiança e a motivação têm de estar ainda mais presentes no nosso dia-a-dia. O contexto em que o trabalho decorre tem também uma grande influência, pelo que podemos, igualmente, aproveitar este momento para criarmos espaços mais colaborativos, e até desmaterializados, sem perder a necessidade que temos de, por vezes, estarmos num ambiente mais calmo e em que nos possamos focar de forma efectiva. Por fim, não posso deixar de reforçar o tema do bem-estar físico e mental. É nossa obrigação ajudar, de forma genuína, as nossas pessoas a ultrapassarem esta fase tão complexa. É assustador verificar que mais de 67% das respostas o demonstra. Só garantiremos a continuidade dos negócios se garantirmos a “continuidade” das pessoas.»

 

Este testemunho foi publicado na edição de Abril (nº. 124) da Human Resources, no âmbito da XXXV edição do seu Barómetro.