Salário Emocional

Por Maria Duarte Bello, CEO da MDB – Coaching e Gestão de Imagem, Coach PCC & Mentor Senior

Os últimos meses não têm sido fáceis, tão pouco no mundo laboral. A maneira tradicional em que entendíamos o trabalho deu uma volta na maior parte dos casos. No contexto atual, os colaboradores solicitam às empresas benefícios adicionais e muitas delas tiveram de apertar o cinto pela crise económica derivada pela pandemia e agora pela guerra. Em momentos de contenção salarial, os colaboradores valorizam, cada vez mais, outros benefícios sociais e estes podem ser de facto um fator diferencial na hora de atrair e  reter talento nas empresas que criam um ambiente confortável e uma boa sintonia com os seus colaboradores. Além do pagamento económico ao final do mês, aparece aquilo a que chamam salário emocional. Mas o que é exactamente? Refere-se a uma série de retribuições que, como disse, vai além das monetárias oferecidas pelas empresas com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos seus empregados, dando-lhes motivação adicional e combinando compromisso com os objetivos da empresa.

Um trabalhador feliz e que se sente cuidado pela empresa, é uma pessoa mais produtiva, mais criativa, com maior capacidade de resolução, mais assertiva. É definitivamente uma pessoa que faz melhor o seu trabalho e que além disso pode contribuir em maior medida para o crescimento da empresa.

Mais detalhadamente, podemos assumir que a decisão da pessoa de trabalhar numa determinada organização não se vai basear apenas no salário, valoriza diversos aspectos tais como aprendizagem, flexibilidade, liderança, clima, ou seja, todas as medidas orientadas para o bem estar tanto físico como mental.

Esta equação, se quisermos analisar em termos económicos, apenas se pode entender se a incorporarmos como parte essencial da compensação total da pessoa. E já que é importante que haja satisfação por parte dos trabalhadores, sabemos que não chega considerarem-se bem pagos. O salário emocional e a retribuição equilibram-se. O bem estar no trabalho é uma necessidade vital para as organizações. Possuírem uma imagem de marca forte, atual, sensível aos problemas das pessoas, empática e sobretudo verdadeira, é importante para atrair o talento.