Salários aumentam nos cargos de maior responsabilidade

1mercerOs incrementos nos ordenados dos colaboradores foram acima dos verificados em 2013, segundo a Mercer.

Segundo o estudo Total Compensation Portugal 2014 realizado pela consultora Mercer, que analisou 106 445 postos de trabalho em 302 empresas presentes no mercado português, este ano verificaram-se incrementos reais nos salários agregados dos colaboradores. A generalidade das famílias funcionais analisadas beneficiou de ligeiros incrementos salariais (entre 1,18% e 1,56%), tendo sido superiores aos observados em 2013 (entre 1,09 e 1,24%), perspectivando-se que em 2015 essa variação se mantenha entre 1,23% e 1,40%.

Ao contrário do que se verificou em anos anteriores, este ano observou-se um aumento real dos salários efectivamente pagos na maior parte dos grupos funcionais. As funções de Direcção-Geral/Administração e Directores de 1.ª Linha obtiveram a maior variação salarial (3,31% e 1,64% respectivamente). A excepção vai para as funções de Comerciais/Vendas e Operários, que apresentam uma variação negativa de -0,14% e -1,41%, respectivamente.

Por outro lado, e devido ao efeito de novas entradas de colaboradores a níveis salariais mais baixos, continua a verificar-se uma ocorrência que não é comum – uma diminuição em termos absolutos dos níveis salariais de algumas funções e níveis funcionais. Este fenómeno não foi tão evidente este ano, mas continua a ser válido para grupos funcionais com menor nível de responsabilidade, como Operários ou trabalhadores das áreas Comerciais/Vendas.

Surgem como factores preponderantes na atribuição de incrementos salariais os Resultados da Organização (70%), bem como os Resultados Individuais do Colaborador (70%). Os outros factores que influenciam o aumento salarial referem-se ao posicionamento face ao mercado, equidade interna, directrizes da Casa-Mãe, orçamento aprovado e Acordos Colectivos de Trabalho. A Antiguidade e o Nível Funcional são os factores que menos influenciam a atribuição do incremento salarial. De acordo com o estudo da Mercer os meses preferidos pelas empresas para fazer revisões salariais são o mês de Março (31%) e o mês de Abril (25%).

Este ano, e numa mudança que não se verificava de forma tão vincada no estudo da Mercer há já alguns anos, o número de empresas que prevê aumentar o seu efectivo de colaboradores (19%) é superior ao que prevê diminuir (8%). Contudo, a grande maioria, 73% das organizações, afirma que irá manter o número de colaboradores em 2014. Para 2015, estima-se que o número de empresas que pretendem aumentar o seu quadro de pessoal mantenha a tendência deste ano (19%).

Comparativamente a 2014 verifica-se que as expectativas de incremento salarial projectadas para 2015 sofrerão um aumento na generalidade das famílias funcionais, com excepção dos Quadros Superiores, Administrativos e Operários.

Relativamente aos salários atribuídos aos recém-licenciados, verificou-se que o salário-base anual dos recém-licenciados, no seu primeiro emprego, situa-se maioritariamente entre os 12 600 euros e os 18 075 euros.

No que respeita à população expatriada, verifica-se que é o cargo de Directores de 1.ª Linha quem apresenta mais colaboradores expatriados (7%). No âmbito desta função, é possível observar ainda uma maior percentagem de Expatriados com Contrato de expatriação baseado no país de origem (6%), do que no país de acolhimento (1%). De seguida, surgem as Chefias Intermédias (com 3%), sendo que também nestes casos a percentagem de Expatriados com Contrato de expatriação baseado no país de origem (2%) é superior aos contratos baseados no país de acolhimento (1%). As restantes funções não apresentam colaboradores expatriados em percentagem relevante.

Para este estudo foram analisados 106 445 postos de trabalho em 302 empresas presentes no mercado português. A amostra do estudo Total Compensation 2014 é constituída por empresas Multinacionais (60%), empresas nacionais privadas (39%) e uma minoria de empresas nacionais públicas (1%).

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