
Salários diminuem nos cargos de maior e menor responsabilidade
O estudo “Mercer Total Compensation Portugal 2015” destaca uma diminuição dos incrementos salariais nas funções de topo e nas de base.
Os quadros de Direcção-Geral/Administração, Administrativos e Operários sofreram uma diminuição dos níveis salariais, registando descidas entre os -1,60% e os -0,02%, analisa o estudo Total Compensation Portugal 2015. As restantes famílias funcionais analisadas beneficiaram de ligeiros incrementos salariais (entre 0,25% e 1,52%), tendo sido inferiores aos valores observados em 2014 (entre 1,18% e 1,56%), perspectivando-se que em 2016 essa variação se mantenha entre 0,79% e 1,24%.
De acordo com Tiago Borges, responsável da área de estudos de Mercado da Mercer, «No que se refere a incrementos salariais por níveis funcionais em Portugal tem-se observado, nas empresas, que os mesmos tendem a tornar-se cada vez mais uniformes. No entanto, verifica-se uma tendência para uma maior penalização dos níveis funcionais com maior responsabilidade em períodos de recessão, bem como uma recuperação mais acentuada em períodos de expansão da actividade económica. Quanto ao PIB real, este expandiu-se 0,9% em 2014, o que consistiu no primeiro crescimento dos últimos anos. Em 2015, as estimativas apontam para uma expansão um pouco mais acentuada, com o PIB a apresentar um crescimento estimado de 1,6% no final do corrente ano. Para 2016, prevê-se uma continuação da tendência de crescimento, com o registo de uma expansão do PIB de 1,8%. A recuperação beneficiará da continuada melhoria nos níveis de confiança, e do aumento associado no consumo privado, apesar de alguma instabilidade externa, na zona euro e nos países emergentes».
Conjunturalmente, e devido ao ciclo de ajustamento económico que caracterizou os últimos anos, verificou-se um número excepcionalmente elevado de empresas a congelarem os incrementos salariais (cerca de 22% das empresas participantes) como medida de redução do peso da massa salarial na estrutura de custos das organizações. No entanto, as empresas estão a voltar a praticar, por norma, incrementos salariais positivos, o que reflecte a preocupação em recuperar competitividade nas estruturas de remuneração, após um período onde a preocupação dominante foi o reequilíbrio financeiro.
O estudo Total Compensation Portugal 2015, conduzido pela consultora Mercer, analisou 112 677 postos de trabalho em 307 empresas presentes no mercado português, atingindo assim um número recorde de participantes, este ano verificou-se uma descida dos incrementos reais dos salários nas funções de topo e nas de menor responsabilidade.