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Salários sobem nos cargos de topo, caem nas profissões menos qualificadas
Segundo o Survey Salarial da Egor para 2015, a média dos ordenados de cargos de direcção cresceu, ao passo que profissões como operador de call-center viram o salário médio descer. Conheça as principais conclusões deste estudo.
por Pedro Carreira Garcia
Cargos como director-geral, director – quer comercial, de marketing, sistemas de informação ou de recursos humanos – e técnico especialista registaram um aumento da média salarial no ano de 2014, ao passo que profissões como operador de call-center, recepcionista e administrativo viram os seus salários decrescer neste ano. O Survey Salarial 2015 da Egor mostra que os cargos de topo, ao contrário dos profissionais menos qualificados, reforçaram os seus salários no decorrer do ano – duas tendências que já se verificavam no estudo de 2014 face a 2013.
Rosa Coelho, responsável pelo Survey Salarial da Egor, explicou à Human Resources Portugal que o aumento dos salários nos cargos de direcção dever-se-á à recuperação económica e à necessidade de premiar os gestores. «No contexto económico nacional verificam-se já alguns sinais de retoma, ainda que ligeiros e esporádicos, e as empresas esforçam-se por se reposicionar no mercado e recuperar resultados e lucros perdidos. A alavancagem da mudança passa por motivar os gestores para estes desafios e exigências, o que implica a sua melhor recompensa, até porque foi um segmento que foi muito penalizado em termos salarial», constata.
Já a rotatividade é responsável pela pressão salarial nos cargos mais baixos. «Por sua vez, nos níveis menos qualificados, continua a registar-se um movimento elevado de entradas e saídas, o que acaba por gerar uma diminuição dos valores salariais médios, pois as remunerações auferidas pelos colaboradores que entram, geralmente são inferiores aquelas que eram recebidas pelos colaboradores que anteriormente exerciam essas funções», sugere Rosa Coelho.
Para 2015, a responsável antecipa que a tendência verificada no survey mais recente continue, admitindo inclusive um agravamento: «É previsível que a tendência continue a verificar-se e até acentuar-se em resultado da previsão de uma progressiva recuperação da economia e de um ambiente concorrencial cada vez mais forte e global. As empresas vão ter, cada vez mais, que se focar no core business, bem como motivar e recompensar os facilitadores da mudança e os talentos que as mantêm e diferenciam no mercado, terceirizando as funções mais indiferenciadas, quer em regime de outsourcing quer de trabalho temporário.»
«As incertezas políticas e sociais que continuam a existir em Portugal e no mundo irão condicionar a evolução das remunerações e originar um quadro de moderação salarial positivo, mas sem aumentos muito significativos», remata.